João Polery destacado em Angola onde procede à instalação de novas empresas pelo jornal O Pais


João Polery, deputado municipal de Vizela, tem hoje uma grande referência no jornal de maior expansão de Angola, O País (edição em papel com reprodução online), com uma entrevista de uma página inteira (e foto que reproduzimos) onde dá conta dos
investimentos que sob a sua gerência estão a ser implantados naquele grande País africano. João Polery que abandonou as Águas S. Martinho para se integrar neste grande projecto além fronteiras, tem sido um verdadeiro porto de abrigo de inúmeros vizelenses que ali procuram trabalho e o seu dinamismo na edificação de novas empresas é já reconhecido com grand mérito pelos angolanos.


Dia 1 de Maio, João Polery regressa a Vizela para depois voltar a Angola tendo amanhã a agradável visita da sua familia que ali irá passar as férias de Páscoa na companhia deste conhecido vizelense.

A entrevista do jornal O País

«Água

Msotratus lança fábrica de água mineral no Bengo

O grupo Mostratus tem cinco empresas: a Mobinvest (é responsável pela comercialização de todos os produtos do Grupo) a SGII, (responde pela aquisição, legalização, projectos e construção), a Mostratus IED (importação, exportação e distribuição) e a Mosvipo (que é exclusivamente industrial), a grande aposta do momento.

Em entrevista exclusiva a O PAÍS, o director-geral da Mostratus SGPS, João Polery, disse que a nova unidade industrial de captação e engarrafamento de águas e refrigerantes chamarse-á Movispo e será lançada já em Junho, na comuna de Mazozo, província do Bengo, e será complementada, num futuro próximo, com mais duas unidades industriais, também elas da área alimentar. “Temos como perspectiva inaugurar a nossa primeira fábrica, que é a de águas e refrigerantes, no final de Junho. A segunda unidade industrial em finais de Agosto ou princípio de Setembro e a terceira no final do ano, inicio de 2010.”


Que investimentos é que foram feitos?


Temos uma tecnologia de ponta na área da produção de garrafas e linhas de enchimento. Temos conhecimento das águas existentes no mercado angolano, forte knowhow nesta área, fruto da experiencia adquirida durante duas décadas em Portugal em empresas similares, quer minha quer dos colaboradores que trouxe comigo. Creio que só existe uma água em Angola com as características da nossa. Por uma questão de ética não vou mencionar o nome. Todas as outras águas que existem no mercado são tratadas, são captadas no rio e depois tratadas através dos sistemas, quase de todos conhecidos. Ora esse, na Europa, não é o conceito de água engarrafada, pelo menos até à tara de 5 Lts, onde a legislação é clara e só admite água de Nascente ou Mineral, sem qualquer tratamento ou aditivo. A nossa água é de Nascente Natural, não tem qualquer tipo de tratamento ou descaracterização. É um produto 100% natural. Essa é a definição da água, produto 100% natural. É um produto com um conceito, captação, engarrafamento e controle completamente diferente do existente nas águas tratadas.

Onde vai ser captado?


Na comuna de Mazozo, município de Catete, província do Bengo. É uma água de furos, com grande profundidade, controlada desde a captação até ao momento de libertação do lote por parte dos técnicos de qualidade.

Qual o investimento que foi feito em termos de financeiros?


O investimento global da obra ronda os 17 milhões de USD.

Que nome tem a fábrica e o produto?


É uma empresa completamente nova, de raiz. A fábrica como lhe disse chama-se MOSVIPO, o nome da água, apenas terá que aguardar mais uns dias. O parque industrial, ou seja, a zona onde está a fábrica e os aquíferos onde é captada a água tem 23,5 hectares de protecção. Área coberta 5 mil metros quadrados de construção, dos quais 2.500 são para a indústria e os outros 2.500 para armazenagem em condições de excelência, quer em cobertura quer em protecção de humidades e luz solar. Temos ainda uma área para os serviços administrativos de 800 metros quadrados, que serviram esta unidade e as futuras, ainda, a instalar.

E a capacidade de produção?


Temos três sopradoras para produção de garrafas e três linhas de enchimento com capacidade para engarrafar aproximadamente 400 mil litros de água dia. Somos totalmente autónomos. Vamos produzir as quatro taras: 0,33 lts; 0,50 lts; 1,50 lts e 5 litros.

Quantos empregos vai proporcionar a fábrica?


Como falamos de uma tecnologia completamente avançada, neste momento vamos criar entre 30 e 40 postos de trabalho, para os turnos a utilizar. Atendendo ao equipamento que é de última geração, nós temos em cada linha, como máximo, seis pessoas. O nosso objectivo é que a linha de produção de garrafas trabalhe 24 horas por dia. 85% dos trabalhadores são angolanos.

Como avalia o mercado de águas em Angola?


É muito sui géneris. Já temos algumas águas engarrafadas em Angola. O nosso objectivo não é combatê-las, ou competir com as águas angolanas. É claramente complementar este mercado. O nosso primeiro grande objectivo é competir e tentar reduzir o consumo das águas importadas.

É perfeitamente entendível que os angolanos ainda prefiram as águas importadas em detrimentos das nacionais, atendendo às dúvidas que surgem no que diz respeito ao tratamento das águas engarrafadas em Angola. As pessoas não sabem em que condições a água é tratada antes e depois de ser captada. Aqui têm poucas alternativas credíveis, onde possam pegar numa água exactamente igual, senão melhor do que as águas importadas. Como sabe, para além da fiabilidade e da qualidade que as águas importadas trazem, da sua origem, existe depois todo um processo logístico que pode comprometer o produto. Como sabe, o expediente de tirar um contentor dos navios no Porto é complicado e moroso. Os contentores podem estar sujeitos a temperaturas superiores a 35 graus durante vários meses. Como sabe, a água é um produto 100% natural, susceptível de alterações no seu quimismo quando expostas a condições climáticas desfavoráveis. Por isso é que no rótulo diz para proteger da luz solar, conservar em local fresco, seco e isento de odores.


Acha que um contentor chega ao distribuidor a Angola com todas, essas condições? Como é que uma água depois de três meses dentro de um contentor exposto a 40 graus oferece garantia de qualidade e segurança alimentar?.


O que nós queremos é oferecer ao mercado angolano um produto de grande qualidade, controlado desde a captação até ao nosso Cliente. É claramente uma alternativa credível de produto com qualidade.

Vocês vão abastecer só as províncias do Bengo e Luanda?


Naturalmente que iniciaremos a nossa actividade em Luanda, sendo que o nosso objectivo é, no mais curto espaço de tempo, fornecer a nossa água a todas as províncias.

Nós só importamos matéria-prima para as garrafas, transformamo-la ao fazermos as garrafas e colocamos na casa do cliente. Sabemos que a logística é um problema complicado, ainda, em Angola, é da responsabilidade da Mosvipo colocar o produto na casa do nosso Cliente. Para nós a logística é tão importante quanto o engarrafamento. Não podemos ser exigentes durante o processo de engarrafamento e descorar, posteriormente, o manuseamento do nosso produto, sob pena de correr o mesmo risco que atrás critiquei. Os nossos clientes vão receber o produto nos nossos camiões que só transportam água e refrigerantes e que são, diariamente, inspeccionados, com todas as condições de segurança alimentar. Temos um laboratório que fará análises químicas e bacteriológicas ao mais alto nível. Trouxemos quadros qualificados e experientes na área da engenharia alimentar e que será auxiliado por um angolano na área química.

O número de empresas ligadas a produção e distribuição de água mineral tem crescido muito. Há mercado para tanto?


O mercado angolano vai crescer muito mais, por variadíssimas razões, mas dou como exemplo três razões simples. Primeiro, porque o poder de compra melhora, felizmente, a cada dia. A economia, conforme se pode verificar pela comunicação social, cresce, na ordem dos dois dígitos, a cada ano. Segundo, as águas distribuídas pela rede pública não oferecem as qualidades de garantias desejadas. Terceiro, e não menos importante, porque no próximo ano temos acontecimentos fabulosos em Angola que vão catapultar este segmento, como por exemplo o CAN.

E, ainda, os índices de consumo per capita em Angola são relativamente baixos, o que significa que aparentemente Luanda consome muita água, mas não nos podemos esquecer que Luanda não é Angola. O consumo da água vai crescer drasticamente.

Com o aparecimento destas novas empresas de captação e engarrafamento de água vai é diminuir o consumo das importadas, aliás, prognóstico já assumido pelas empresas importadoras.

Se queremos que a indústria prolifera e que o PIB aumente, o angolano tem que ser o primeiro a dar exemplo e consumir produtos nacionais. Felizmente já começam a aparecer empresários angolanos a investir na área da indústria, o que é uma revolução muito importante para o futuro de Angola. Por isso, repito que a minha concorrência não são as águas angolanas. Primeiro, por comparativo de qualidade, a nossa é igual às importadas com a mais-valia de não ter sido sujeita a factores problemáticos para o produto em causa. E difere da maioria das águas angolanas, porque não é uma água tratada.

As condições climáticas favorecem o investimento neste sector?


Naturalmente. Angola é um país que tem 12 meses de sol. Disse que a fábrica de refrigerantes entrará em funcionamento em Setembro. Qual será a capacidade de produção? Teremos refrigerantes com e sem gás. Vamos produzir aproximadamente cinco mil garrafas de 1,5 litros por hora. Este complexo é ainda preenchido com uma zona residencial que estamos a construir, que terá 60 suites, com todas as condições de nível europeu.

Iniciamos já a terraplanagem onde edificaremos a quarta nave para o segundo negócio. Admito, ainda como mais-valia, que a Mosvipo seja a primeira empresa a arrancar ao abrigo da certificação da ISO 9001/2008. A Mosvipo é um conjunto de empresas do âmbito industrial alimentar. Como está divido o investimento nas duas áreas (água e refrigerantes)? Dois terços do valor global é para água e um terço para os refrigerantes. Mas quando concluir as obras do condomínio este investimento disparará significativamente.

Manuel Nunes

Partilhar