Dois ninhos de vespas asiáticas eliminados em Vizela

Dois ninhos de vespas asiáticas foram eliminados esta noite em Vizela pelo Departamento de Proteção Civil do concelho.


O primeiro ninho a ser eliminado (queimado com maçarico) estava preso a uma árvore junto ao bar Maquias, próximo às Termas de Vizela. O outro ninho foi combatido no lugar do Bom Viver em Santa Eulália.
Na operação participou Paulo Oliveira da Proteção Civil, comandante em atividade suspensa dos Bombeiros de Vizela e um exterminador com maçarico chamejante que queixou os insectos assassinos.

O QUE É A VESPA ASIÁTICA
A vespa asiática é uma predadora introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004. Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir no final do ano seguinte. Viana do Castelo, capital do Alto Minho é o concelho com maior número de casos registados, tendo sido sinalizados mais de mil ninhos de vespa asiática.
Em Vizela estes casos não tem sido frequentes.


(De forma a dar mais informação aos leitores do ddV, são reproduzidos a seguir alguns textos publicados na comunicação social sobre as abelhas asiáticas sendo o primeiro conselho a retirar: ninguém se meta na vida delas até chegar a Proteção Civil e suas labaredas)

MATAM AS OUTRAS ABELHAS

O que aconteceria se a sua casa estivesse a ser atacada e não pudesse sair para obter alimentos? A resposta é simples: morreria de fome (e também não iria trabalhar). É precisamente isto o que está a acontecer às abelhas. Morrem por falta de alimento e não produzem mel e as culpadas são as vespas asiáticas, vindas de Espanha e França. Em Portugal, está a apostar-se na destruição dos ninhos com fogo e armadilhas artesanais para minimizar o impacto na economia e na biodiversidade que este insecto predador pode causar.

O método de ataque da vespa asiática ou velutina (Vespa velutina nigotorax) é simples e eficaz: esperam junto das colmeias que as abelhas cheguem carregadas de pólen, capturam-nas, cortam-lhes a cabeça, as patas e o ferrão e transportam-nas para os seus próprios ninhos que constroem no topo das árvores. Aí, comem-nas.

Os ninhos, com cerca de um metro de altura e 80 centímetros de largura, são maioritariamente construídos em árvores com uma altura superior a cinco metros.

Dentro de dez anos, admite um especialista, é possível que a vespa asiática tenha colonizado toda a Península Ibérica e que, nessa altura, "vamos tropeçar nos ninhos". "O Norte de Portugal será provavelmente colonizado em poucos anos", diz também o entomólogo José Manuel Grosso Silva.


SE VIR UMA, O QUE DEVO FAZER?

O conselho que João Valente dá é o mesmo que se dá para as abelhas: "Ficar quieto". As vespas estão na sua vida e se não te fizeres notar muito, o mais provável é que te deixem em paz.

E SE FOR PICADO?

Bom, a picada de uma vespa asiática não difere muito da de uma vespa normal. Só te deves preocupar e ir o mais rapidamente possível ao hospital, ou chamar logo uma ambulância, se registares algum sintoma alérgico, como dificuldade em respirar (as mortes por picada de vespas são normalmente por asfixia), calor no corpo, febre. Se estiveres com alguém que tenha um choque anafilático chama tu o 112, tenta manter a calma e, se a vítima desmaiar, deita-a de lado enquanto esperas pelos primeiros socorros.

PERIGO? "PARA O AMBIENTE, ACIMA DE TUDO"

João Garcia explica que, mais do que constituir um perigo para os humanos, a vespa asiática ou vespa velutina representa uma enorme ameaça para o ambiente e para a biodiversidade: "É uma vespa invasora e a sua chegada está a provocar alterações na biodiversidade. Por ser carnívora, esta vespa come as abelhas, mas também todos os outros insectos polinizadores, provocando um desequilibro no ecossistema que só será visível daqui por uns anos".

É POSSÍVEL COMBATÊ-LAS?

O presidente da Associação dos Apicultores do Norte de Portugal acha que sim, mas "o seu combate é muito complexo". Segundo João Garcia, as entidades oficiais já "estão a dar alguns passos, mas demora tempo". Entretanto, a AANP encontrou uma forma de combater estas vespas. Trata-se de um engenho feito à mão com garrafões de água que, ao contrário de outras armadilhas usadas até agora pelos apicultores portugueses, matam só as vespas asiáticas e não todos os outros polinizadores que fazem faltam ao funcionamento do ecossistema.

POSSO AJUDAR DE ALGUMA MANEIRA?

Sim! Desde logo, se avistares alguma vespa asiática deves contactar ou os serviços de Proteção Civil da tua área de residência ou comunicar o avistamento diretamente num site criado para o efeito, o SOS Vespa. Se tiveres um smartphone podes fazer logo a geolocalização online e anexar fotografias. A APNP está também à procura de jovens voluntários que queiram ajudar a construir as tais armadilhas com garrafões de plástico e está a criar grupos de vigilância das vespas asiáticas, para que as pessoas possam localizar facilmente os ninhos e comunicar às autoridades. Se estiveres interessado em colaborar, a Associação fica na R. Damião de Góis, 93, 1º, no Porto (há uma reunião aberta todas as primeiras quartas-feiras do mês às 15 horas). O telefone é o 22 509 8976.

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