"Para Ilídio Costa os Bombeiros não estão em primeiro lugar"

«No passado dia 25 de outubro de 2015 tive o enorme orgulho de, integrando a Lista B, ser candidato a presidente da Direção para o triénio 2015-2018 de uma das mais prestigiadas associações vizelenses, a Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vizela».
Carta de Paulo Lopes, candidato vencido a presidente dos Bombeiros nas últimas eleições.

Após um dos sufrágios eleitorais mais concorridos da história da Real Associação, foi reeleito presidente da Direção o candidato que integrava a Lista A, João Ilídio Costa.

Decorrido aproximadamente meio mandato, e segundo as notícias vindas a público, o atual presidente da Direção, João Ilídio Costa, prepara-se para, a convite do Partido Socialista de Vizela e de Dinis Costa, abraçar uma candidatura à Presidência da Câmara Municipal e abandonar o projeto da Real Associação.

Contudo, perante tal cenário, impõe-se perguntar ao, ainda, Presidente da Direção, se em ano e meio de mandato já cumpriu todos os objetivos propostos, ou se este abandono prematuro do projeto da Real Associação não deverá ser visto como uma falta de consideração pelas mais de cinco centenas de associados que o elegeram e que, conforme o mesmo evidenciou após o sufrágio, lhe deram uma vitória histórica.

Atendendo às ultimas noticias, é falta de consideração pelos associados que o elegeram, uma vez que ainda há muitos projetos do próprio João Ilídio Costa por concluir, entre os quais o Centro de Formação para Bombeiros, para o qual a Câmara Municipal de Vizela já cedeu o terreno, e sobretudo, porque abandona os bombeiros sem resolver a questão central e fundamental pela qual se candidatou, isto é, a resolução definitiva do problema do comandante dos Bombeiros Voluntários de Vizela que, segundo foi possível apurar, a pessoa escolhida pelo presidente já chumbou várias vezes nos exames que lhe permitem assumir esse cargo, correndo o risco de ter que fazer nova indicação.

Do mesmo modo, impõe-se perguntar ao, ainda, Presidente da Direção, se a sua candidatura em outubro de 2015 à Direção da Real Associação foi uma verdadeira candidatura desinteressada, altruísta e em prol do projeto da Real Associação, ou se a mesma não deverá ser vista como uma rampa de lançamento para a candidatura, agora, apresentada à Câmara Municipal, algo que, conforme é publicamente conhecido, sempre almejou ao longo dos últimos anos.

Apesar de legítima a sua aspiração, se esse era o seu objetivo, João Ilídio Costa nunca se deveria ter apresentado como candidato à Direção da Real Associação ou, então, atendendo a que assumiu um compromisso, deveria, neste momento, leva-lo até ao fim e recusado o convite, agora, efetuado pelo Partido Socialista de Vizela, aguardando pelo final do mandato, pois ao aceitar, apenas está a fazer o que fez, no ano de 2009, o ex-Presidente da Direção da Real Associação, António Manuel Pacheco, quando aceitou o convite da Coligação PSD-CDS/PP para integrar as listas para a Câmara Municipal, e que, inclusivamente, mereceu as suas mais duras críticas, acusando-o de usar a associação como trampolim para atingir outros fins.

Por outro lado, impõe-se perguntar ao, ainda, Presidente da Direção, de modo a esclarecer os associados que contribuíram para a sua eleição, por que razão, no anterior mandato, não foi efetuado qualquer investimento em obras e, em ano e meio do presente mandato, foi efetuado o maior investimento em obras desde que foi construído o atual quartel. Deverá tal constatação ser entendida como a necessidade de justificar obra feita para, assim, viabilizar o “salto” para outros projetos?

Por fim, impõe-se perguntar ao, ainda, Presidente da Direção, se, aquando do evento do Vizela Reconhece, realizado em março de 2017 pela Câmara Municipal nas instalações do Museu da Real Associação, no âmbito do qual João Ilídio Costa colocou a medalha na lapela e homenageou o Presidente do Partido Socialista de Vizela, Dinis Costa, pelas funções exercidas enquanto Presidente de Junta, tal situação se deveu exclusivamente ao facto de desempenhar a qualidade de anfitrião, ou se tal ato, desempenhado na qualidade de Presidente da Direção da Real Associação, não deverá ser considerado como uma pena, catarse ou expiação para, com isso, alcançar outros objetivos.

Nenhum vizelense consegue perceber o papel a que João Ilido Costa se prestou, com esta homenagem e com a aceitação deste convite, tendo em consideração, que o atual Presidente da Direção da Real Associação, uma vez mais usando de forma abusiva as prerrogativas do cargo que ocupa, aos microfones da Rádio Vizela, no dia 21 de fevereiro de 2013, criticou dura e veementemente o atual Presidente da Câmara, Dinis Costa, também em ano de eleições para a Câmara Municipal e pediu ao Sr. Dinis Costa que se afastasse da câmara, será que já era sua intenção nessa altura atacar o poder?

No entanto, numa coisa o, ainda, Presidente da Direção da Real Associação é coerente, nas consecutivas contradições que acompanham os seus atos. As contradições do, ainda, Presidente da Direção da Real Associação, são muitas e as questões que o mesmo tem de esclarecer ainda são mais.

Assim sendo, peço ao Sr. João Ilido Costa, Presidente da Direção Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vizela, que se demita de imediato dos Bombeiros Voluntários de Vizela e que já não seja ele a representar a Direção dos Bombeiros nas comemorações dos seus 140 anos, porque, caso contrário, fica provado que nunca foi de forma desinteressada, altruísta e em prol do projeto da Real Associação que assumiu essas funções, mas como trampolim para alcançar o seu sonho e objetivo de ser presidente da câmara.

Paulo Jorge Lopes
Candidato a presidente da Direção da Real Associação Humanitária dos Bombeiros

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