Café 15 fez meio século de vida

Estabelecimento na rua Dr. Abílio Torres (em frente ao parque de estacionamento do Hotel Bienestar) foi fundado a 24 de Junho de 1968 por Artur da Silva Ferreira (à esquerda, falecido em 1983) e atualmente, 50 anos depois, é gerido por Emídio Oliveira (à direita). O nome de Café 15 deveu-se ao facto de Artur Ferreira não aumentar o preço do café à chávena para 2 escudos (um cêntimo), valor que era cobrado nos outros estabelecimentos da Vila, mantendo o preço de 15 tostões (menos de um cêntimo atual).


No sábado o Café 15 comemorou meio centenário de vida tendo marcado presença no cantar dos parabéns o Presidente e Vice-presidente da Câmara Municipal de Vizela, Victor Hugo Salgado e Joaquim Meireles respetivamente, a convite de Emídio Oliveira que gere com grande simpatia há três anos a esta parte aquele conhecido estabelecimento.

O Café 15 é dos cafés mais antigos de Vizela (em primeiro está o Café Universal/Adriano) tendo sido fundado por Artur da Silva Ferreira que transformou o armazém do Lopes Linhos num dos mais movimentados café da então vila de Vizela.



O ex-presidente da Câmara de Vizela, Francisco Ferreira, recorda que o café poderia ter adoptado o nome de Café S. João por ter aberto no dia 24 de Junho de 1968 ou Café Ferreira, apelido do seu pai e fundador, mas seria o nome de café 15 que mais vingou por manter o preço do café à chávena durante muito tempo a 15 tostões quando nos outros estabelecimentos já se pagava a 2$00 (dois escudos o equivalente a um cêntimo).



Da família, a irmã Rosário (já falecida) foi a que mais colaborou com o pai Artur Ferreira no atendimento naquele estabelecimento.
O Café 15 era uma espécie de apeadeiro paragem para quem ia ver um filme ao Cine Parque. Num tempo em que em Vilarinho não havia cafés, os habitantes desta freguesia de Santo Tirso eram grandes clientes do café 15 vindo andando alguns perto de 10 km a pé para irem ali tomar café.

O 15 era também o café preferido dos moradores do alto de S. João das Caldas (Charca, Cucurro, Formigosa, Porteladinha, S. Paulo, S. Romão, Ponta Velha...), sendo ainda muito frequentado por residentes noutras localidades e por aquistas que frequentavam as termas e ficavam instalados nas proximidades como as pensões Nacional e Termas.



Nada disto o atual gerente do café 15 Emídio Oliveira viveu, pois a sua idade fica muito para cá do tempo em que os cafés marcavam uma importância enorme na vida das pessoas.
O Café 15 foi responsável pela criação de fortes amizades entre vizelenses que hoje, na casa dos 70 anos, ainda perduram. 

Um cliente daquele tempo recorda que Artur Ferreira era muito disciplinado e bastava um olhar seu para manter respeito entre a clientela que fizesse mais barulho. O engraxador de sapatos Miano foi uma das figuras ligadas a este café com a sua caixa de graxa sempre pronta a dar brilho aos poeirentos sapatos de qualquer um.

A clientela do 15 é hoje um pouco diferente da dos seus primórdios já que o número de raparigas bonitas que o frequentam é muito semelhante aos dos esbeltos rapazes, algo impensável há 50 anos atrás no tempo da ditadura.
Não querendo deixar passar a história data em branco, Emídio Oliveira, que para além de gerir o café há três anos é estudante, evocou os 50 anos do Café 15 chamando um conjunto musical à festa, o bolo o champanhe, fogo de artifício e os autarcas que lideram o jovem concelho vizelense.










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