Lasa em jornal de economia de grande prestígio

No passado dia 29 de Novembro, o Vida Económica publicou um extenso artigo sobre o Grupo LASA. O semanário é a publicação especializada com maior audiência nas empresas portuguesas.

ADMINISTRAÇÃO DO GRUPO LASA RELEVA
A procura da excelência sustenta vendas e exportações


Atualmente, o Grupo LASA, produtor de lenços de bolso , integra três empresas: LASA, FILASA (fiação) e LUZMONTE.

O desenvolvimento do negócio do Grupo gerou
uma especialização nos produtos têxteis para
cama e mesa, decoração e artigos para a
hotelaria, também assente num processo de
internacionalização, traduzido na abertura
gradual de cinco filiais localizadas em Espanha,
Alemanha, Itália, França e Reino Unido. Para
a administração do Grupo, o “know how”
adquirido durante longos anos e a excelência
nos processos de produção e criação/inovação
são fatores chave do negócio, não deixando, no
entanto, de enunciar alguns fatores exógenos
que perturbam o dinamismo empresarial..
Em termos de perspetivas imediatas, o Grupo
LASA acredita que, chegado o fi m para breve
do período de ajustamento macroeconómico, se
abrirá um novo ciclo com maior estabilidade e
concertação interempresarial.

Vida Económica (VE) - Quais os principais
“passos” estratégicos que caracterizam a evolução
da LASA, em jeito dum breve historial?

Grupo LASA (GL) – A LASA nasceu em 1971 como empresa transformadora individual de lenços de bolso, por isso a sua sigla de LASA: Lenços Armando da Silva Antunes, sendo Armando da Silva Antunes o seu fundador. Era uma empresa 100% direcionada para o mercado interno português, situação que se alterou por coincidência aquando do 25 de Abril, começando a sua expansão internacional. Em 1976, constituiu-se como uma sociedade familiar por quotas. Em
1980, arranca com o seu projeto industrial, a LASA, produtora exclusiva de artigos de felpo para o banho.

Em 1986, cria de raiz a sua 1.ª fiação, para produzir fios 100% open-end cardados, sob o chapéu duma nova empresa: FILASA – Armando da Silva Antunes S.A. Em 1989, transforma as duas empresas: LASA e FILASA, em sociedades anónimas, igualmente, de cariz
familiar. Em 1990 e em 1996, a FILASA arranca
com a 2.ª fiação para produzir fi os 100% algodão, ou
mistos, e a 3.ª fi ação para produzir fi os 100% penteados.
Igualmente, em 1996, cria a sua primeira fi lial
para distribuição da sua coleção própria, em Espanha.
Em 2000, compra a LUZMONTE e especializa-a
na produção de artigos de mesa e cama, e mais tarde
decoração. Ainda no ano de 2000, arranca com o seu
armazém logístico sediado em Portugal, para armazenar
os produtos da sua própria coleção, que tinha em
stock permanente, permitindo-lhe servir os clientes dos
mais diversos países e filiais em 24, 48 e 72 horas. Paralelamente,
no ano 2000, arranca com a segunda fi lial
na Alemanha. Em 2001, lança a terceira em Itália e a
quarta em França. Em 2002, arranca com a 5.ª filial no
Reino Unido.

Atualmente o Grupo LASA, composto pelas empresas
LASA, FILASA e LUZMONTE, é um dos mais
importantes traders a nível nacional e europeu, produzindo
e comercializando fi os, crus e tintos, e todos os
produtos para a casa: banho, cama, mesa e decoração
e, ainda, roupões de banho, produtos diversos de bebé
e artigos para a praia, dos quais possui coleção própria,
com stock permanente, também.

VE - Quais os principais indicadores – e sua
evolução recente – da atividade da empresa (volume
de negócios, emprego, exportações, quotas de
mercado, etc)?
GL - Os principais indicações relativamente à
evolução da nossa empresa encontram-se expressos no
quadro abaixo.

VE - Quais os principais produtos e mercados e
qual o seu peso relativo?
GL - Os principais produtos são: fi o 100% algodão
e mistos, cru e tingido, artigos de banho, cama, mesa e
decoração, hotelaria, artigos de bebé e artigos de praias
e sauna.
Os principais mercados são: todos os países da
UE, essencialmente Espanha, França, Alemanha, Itália
e Reino Unido, os EUA, alguns países do Magrebe e,
como última aposta, alguns países da América do Sul,
como por ex.: o Brasil, embora neste último exista um
protecionismo muito forte que difi culta uma entrada
sustentada e consistente no mercado.

VE - Que investimentos mais relevantes têm sido efetuados?
GL - Em 2013 os investimentos com maior impacto
na produção, na qualidade e nas vendas foram
efetuados na área de fi ação, de tecelagem e na efi ciência
energética do grupo. No total foram investidos cerca de
6,5 milhões de euros.
A aposta recaiu essencialmente em equipamentos
tecnologicamente avançados, que conferiram diretamente
uma maior efi ciência e fl exibilidade produtiva.
Uma outra área onde o Grupo está a investir bastante
é em I&D, onde mantém diversas parcerias e projetos
com universidades e centros tecnológicos, por acreditar
que num curto espaço de tempo pode retirar dividendos
importantes dos investimentos realizados.

VE - Quais os fatores internos efetivamente
diferenciadores que geram valor acrescentado e
competitividade?
GL - O “know how” acumulado, de mais de 30
anos de experiência, é sempre algo que aporta uma
mais-valia ao Grupo, conhecimento que procura em
cada dia que passa aplicar em novas competências e novas
técnicas de produção. A constante evolução para a
excelência, quer ao nível dos processos de produção e
criação, quer ao nível do produto, associada à aposta na
I&D e formação dos recursos humanos, são os fatores
fundamentais que privilegia, sempre com o objetivo de
ser mais forte e mais competitivo.

VE - Quais os fatores exógenos que de alguma
forma condicionam o dinamismo empresarial e que
medidas de política podem ser sugeridas para o
respetivo desbloqueamento?
GL - Atualmente, o custo do capital, o elevado peso
dos impostos em Portugal, a fl exibilização laboral e a
burocracia são variáveis que representam uma grande
desvantagem, quando comparados com países terceiros
nossos concorrentes, que, fruto da liberalização do
comércio e da globalização, estão já e cada vez melhor
apetrechados tecnologicamente e com forte movimentação
comercial nos nossos mercados tradicionais, mesmo
sabendo-se que não cumprem com um conjunto
de obrigações: ecológicas, sociais e legais. Infelizmente,
e também, continuam a existir internamente no nosso
país situações de concorrência desleal, de empresas
que subsistem anormalmente, difi cultando e desclassifi
cando em termos de imagem as empresas solventes e
sustentáveis.

VE- Qual a avaliação da situação atual – a nível
macroeconómico e setorial – e quais as perspetivas
para o curto e médio prazo?
GL - O mercado europeu, que sempre teve uma
importância crucial para os negócios do nosso Grupo,
parece querer sair agora dum período de estagnação sem
precedentes na sua história contemporânea. A crise do
“sub-prime” verifi cada nos EUA, começada em 2005,
desde essa altura começou a infl uenciar negativamente
a atividade económica em geral e, assim, a assistir-se a
um desacelerar progressivo de quase todas as economias
desenvolvidas mundiais. No caso concreto da Europa,
as crises das dívidas soberanas vieram dar uma enfase
maior às difi culdades já existentes, por ex.:, com Portugal
envolvido num resgate fi nanceiro. Com este resgate
fi nanceiro e a entrada da “troika”, composta pela Comissão
Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI,
em que nos foram impostas 34 medidas de austeridade
nas mais diversas áreas, económica, fi nanceira, social,
com a educação e a saúde à cabeça, assistimos então a
um desmoronar de setores, de atividades e de serviços
que aparentemente mostravam qualidade e vitalidade,
começando a partir daí tudo a ser posto em causa e
a gerar uma grande onda de contestação social. Mas,
como a necessidade aguça o engenho, os nossos empresários
e as nossas empresas, sentindo que estava a ser
posta em causa a sua própria sobrevivência, começaram
a repensar os seus negócios e a estudar onde poderiam
vender os seus produtos, como foi o caso dos setores
tradicionais do têxtil e do calçado, e assim partiram à
procura de novos mercados e novos clientes. Sendo comum
dizer-se que a têxtil está em constante crise, daqui
percebemos que os empresários têxteis estão constantemente
a navegar em águas revoltas, já muito habituados
a tempestades, e talvez por isso a sua habilidade natural
em enfrentar as crises e o saber dar sempre a volta por
cima, naturalmente com muito trabalho árduo e com
difi culdades permanentes.
A título de exemplo da contribuição da têxtil para a
melhoria da situação económica do País, as exportações
da indústria têxtil portuguesa cresceram mais de 7% no
mês de setembro, resultado que consolidou a rota de
crescimento dos 9 meses de 2013 em 2,4%, para um
valor global de cerca de 3,2 mil milhões de euros. Os
têxteis-lar mantiveram, assim, os excelentes resultados
que têm vindo a registar ao longo de 2013, com um
crescimento das exportações superior a 9%.
Não contando com facilidades no futuro, como
também nunca as teve no passado, a têxtil em geral, e o
Grupo LASA em particular, acredita que os ajustamentos
em curso chegarão rapidamente ao seu fi m e que,
a partir daí, se poderá recomeçar um novo ciclo, com
mais estabilidade e uma maior concertação interempresarial
e interpaíses da UE e do Euro, por forma a poder-
-se encarar com mais segurança e com mais naturalidade
os obstáculos naturais do quotidiano no mundo dos
negócios, em função dos ciclos económicos•

Partilhar