"Castelo não foi aprovado pela CCDRN para sede da Câmara" - escreve Francisco Ferreira

O Dr. Francisco Ferreira, primeiro presidente da Câmara Municipal de Vizela e presidente da Comissão Instaladora do Município de Vizela, enviou ao ddV uma carta resposta ao artigo de opinião publicado ontem da autoria do eng. Adelino Campante sob o título "Mortes anunciadas". Na sua missiva, o ex-autarca que liderou a compra do Castelo à família Bravo esclarece, entre outras coisas, que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte não aprovou a localização da sede municipal para o Castelo da Ponte, cuja parte sul ardeu no passado dia 11 de junho, nem para o edifício onde funcionou o antigo Hotel Cruzeiro do Sul. Acrescenta que a localização do edifício-sede no Fórum não teve oferta de terreno de Armando Antunes nem a opinião deste empresário vizelense.

A resposta de Francisco Ferreira:

"Mortes anunciadas ( Resposta )
É de bom tom que quando não se está ao corrente das coisas não se argumentem que “dizem alguns” Sempre aprendi que quando não se soubesse, ou se perguntava ao professor ou se estudava a dúvida em casa, estudando.

Que fique claro, que o Snr Armando Antunes não deu um único metro quadrado para construção da Câmara de Vizela nem foi ouvido quanto à sua localização.O terreno que a Imobilasa cedeu à Câmara de Vizela advêm da legislação em que o promotor imobiliário, alem de ceder terreno para ruas, passeios e jardins, é obrigado a ceder terreno para qualquer equipamento . E o terreno
onde está instalada a Câmara Municipal é fruto da cedência ao Município que decorre da lei.
O edifício da Câmara de Vizela foi enquadrado no projeto do Fórum Vizela projetado pela Imobilasa.
Assim como o uso do espaço da Praça do Município, também é uso privado e de utilização pública.

Após a criação do Concelho de Vizela, havia uma entidade que promoveu a instalação do Concelho de Vizela, a CCDRN --Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte que tutelava quer no supervisionamento do território quer nos júris de seleção para os quadros técnicos que a Câmara de Vizela veio a contratar.
Foi preponderante a opinião da CCDRN quanto à localização e dimensão do edifício. Foi um arquiteto da Câmara de Vizela, o Arq. Sampaio e outro da CCDRN, visitar duas câmaras municipais idênticas ao concelho de Vizela. Foram de opinião que o Edifício do Castelo era pequeno, muito difícil para adaptar para sede da Câmara Municipal, perdendo funcionalidade.

A D. Emília Oliveira ofereceu-se para ceder à Câmara de Vizela a casa onde morava, o Cruzeiro do Sul, mas a CCDRN não foi de opinião que se instalasse lá a Câmara Municipal.

A Câmara de Vizela poderia instalar o edifício da Câmara nos terrenos da Portela, comprados em leilão, mas também não foi essa a opção.
A Câmara de Vizela não pagou nenhum favor ao Snr Armando Antunes pois esta não lhe devia nada. Nem o Snr Armando Antunes devia nada à Câmara de Vizela.


Quanto ao Castelo da Ponte, o falecido Snr Carlos Bravo veio a minha casa falar comigo pois a família queria vender o Castelo à Câmara de Vizela. A autarquia fechou negócio tendo a Câmara de Vizela pago 900.000€,em cinco prestações de 180.000€. Esta é a verdade que os cinco elementos da comissão Instaladora, atualmente quatro ainda estão vivos, têm conhecimento e aprovaram a sua
aquisição.

O eng. Adelino Campante escreve que "Duas décadas antes da criação do Concelho outro galo cantaria" mas não é assim porque nessa altura mandava em Portugal o PSD-CDS que capava tudo para não existir o galo (neste caso o concelho). Só com o aparecimento do Eng António Guterres e com a sua palavra foi possível a criação do Concelho de Vizela.

No tempo em que presidi ao Executivo municipal, havia um projeto para o Castelo da Ponte e
do terreno ( 7.000m2 ) traseiro para implantação de uma Biblioteca Municipal e de um

auditório. 

Que se poderia ter executado pois abriu um novo quadro Comunitário de Apoio,
onde a Câmara de Vizela, já sem eu estar em funções autárquicas (e com Dinis Costa na presidência), poderia candidatar-se. Só pagava 20% do investimento. Além das Piscinas e Pavilhão Municipal já com terreno da autarquia na freguesia de S.João.
O atual Executivo da Câmara de Vizela (liderado por Victor Hugo Salgado) está a fazer grandes obras com Fundos Comunitários, que o anterior com Dinis Costa também o poderia ter feito pois tinha verbas para isso mas foram desbaratadas não sei como.

Em 1998 existia 1.200.000€ que pertenciam à Câmara de Vizela, no âmbito da Amave, como
parte das 5 freguesias que transitaram do Concelho de Guimarães:
- 400.000€ para reestruturação Urbanística;
- 400 000€ para vias de comunicação
- e 400 000€ para Ambiente que transitaram para a Vimágua.

Quanto ao não crescimento da freguesia de S. João (que alude o eng. Adelino Campante), deverá pensar-se o que ocupava o solo-Quintas pertenças da Família Bravo, de Joaquim de Sousa Oliveira e terrenos da Cascalheira e Rielhe. A urbanização do Poço quente, com 15 hectares de terreno, pertencia à família Bravo e Rielhe.
Por isso, não se usem bairrismos doentios.

Francisco Ferreira

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