Vítor Cunha demarca-se do votos de pesar do BE

Perante isto, demarco-me dos votos de pesar emitidos pelo Bloco de Esquerda de Vizela, considerando os mesmos desprovidos de razão eracionalidade, levando alguns vizelenses, até a mim, a crer que se tratava deuma ironia.



Sempre considerei que um homem só deve olhar outro de cimapara baixo se for para lhe estender a mão para o ajudar. Nunca tive umaboa relação com a morte, acho-a antidemocrática porque não pergunta, nãopermite a apresentação de defesa e é traiçoeira. A morte é assim estúpida,ditadora e condescendente.

Detesto funerais porque para além da carga emocional mórbidado acto lembra-nos sempre os nossos que já partiram- para além de ter de aturaros gatos-pingados do costume que comenta incessantemente, tal qual relato defutebol, os pormenores macabros e maquiavélicos da morte- e isso deixa-nostristes.

Um voto de pesar ou o apresentar as condolências é sempreacto politicamente correcto porque parece e fica bem a quem os produz; humanamenteaceitável porque demonstra perante os outros que somos portadores de fé e possuímossentimentos nobres; lembra-nos a própria morte e torna-nos capazes de perdoar;e condescendente porque transforma até o mais execrável, lamacento e insolentedos cidadãos em boa pessoa. É assim, a morte tem esta capacidade única de toldaro nosso pensamento e amenizar os nossos sentimentos.

No entanto, considero que estes actos (votos de pesar eapresentação de condolências) não são meras formalidades circunstanciais porquepode-nos transformar em (iguais aos outros) e pode tornar as mesmas (pesar ou condolências),desprovidasde razão, sentimentos e verdade.

Sempre considerei que a vida é uma breve passagem por umaherança que se chama terra e durante a nossa permanência na mesma temos o deverde cuidar dela e de a deixar melhor para as gerações vindouras.

Sou católico de convicção e acredito piamente em Deus, masnão acredito no inferno, porque um pai divinamente bom não manda os filhos paraesse lugar horrendo. Mas acredito no julgamento divino e que todos temos, maistarde ou mais cedo, que nos sujeitar ao veredicto divino e final.

Por isso considero que sendo Deus divinamente bom iráanalisar a defesa de cada um dos seus filhos em julgamento divino por trêsfactores de avaliação:

O seu caracter; A sua bondade humana; e o seu comportamentoperante o próximo.

Perante isto, demarco-me dos votos de pesar emitidos peloBloco de Esquerda de Vizela, considerando os mesmos desprovidos de razão eracionalidade, levando alguns vizelenses, até a mim, a crer que se tratava deuma ironia.

Todos temos que ser solidáriosperante a morte dos nossos próximos, sejam eles quem forem, bajuladores não!

Victor Tê Cunha



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