Imoral e vergonhoso a proposta de reposição das subvenções vitalícias.

«Ora vejamos como eles se entendem!»


Se for para o bem do país ,não se mexem! Para os seus interesses pessoais, estão muito bem e de acordo!

A proposta de emenda ao Orçamento de Estado apresentada pelos senhores deputados do PS (José Lello – socrático costista) e do PSD (Couto Santos – cavaquista coelhista) que propõe que subvenções voltem a ser pagas, apenas e só, aos senhores deputados. Só pode ter sido resultado de uma graçola do sr. deputado Lello num almoço com o seu colega Couto dos Santos, na semana passada.

É uma emenda de quem revela não ter emenda. E, depois, queixam-se que as pessoas estão alheadas da política e não dão nenhuma credibilidade a alguns políticos. Pudera, com exemplos destes.....

É de lamentar que as direcções das bancadas respectivas e das direcções dos partidos ainda não tenham tomado uma posição firme e contra. Já, no ano passado, tinham tentado uma brincadeira destas.

Mas, na altura, as direções dos partidos não o deixaram. Este na, há permissão para o bloco central de interesses, dos seus interesses pessoais, e dos que recebem a referida subvenção.

Esta questão é imoral, em especial, quando se pede aos portugueses para continuarem a apertar o cinto, com mais aumento da carga fiscal, para continuarem a não ter acesso aos rendimentos que foram cortados nos últimos três ano, e quando demasiados continuam sem emprego e sem esperança.

Ser deputado é servir a República e não servir-se da República. Definitivamente há um País no Parlamento e um País fora do Parlamento.

São aprovados sacrifícios e cortes para os funcionários públicos, mas os funcionários parlamentares ficam de fora dos sacrifícios, após ameaça de greve.

Mantêm-se os sacrifícios à generalidade dos portugueses, mas os deputados que gerem o Parlamento querem que recebam subvenção vitalícia, deixem de ter os cortes, que vinham de trás. Uns são enteados (trabalhadores do sector público e do sector privado) e os outros (ex-deputados com pensões vitalícias) são filhos de outro País. Haja decoro e bom senso. Já vai sendo altura de alguns perceberem que a Democracia Representativa está à beira do colapso. Iniciativas como estas só aumentam a revolta, a indiferença em relação à política e as desigualdades na sociedade portuguesa. Sejam dignos do vosso mandato, não contribuam para destruir 40 anos de Democracia.

Paulo Alexandre S. Pereira
Professor auxiliar no departamento de Matemática da Universidade do Minho

Partilhar