Pedro Passos Coelho: o líder que o PSD precisa

Carlos Alberto Costa, militante nº 29 295


Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que a economia está em desaceleração há 6 meses, o investimento estrangeiro captado no ano passado caiu para metade, o consumo privado está em queda, o crédito mal parado dispara, a dívida das famílias atinge o máximo de sempre e o preço dos bens alimentares e dos combustíveis continua a aumentar muito mas muito acima da taxa de inflação prevista.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que a incompetência dos governantes condenou à falência mais de 90 mil empresas nos últimos dois anos.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que a taxa de desemprego é de 7,6% (439.500) e só não é maior porque mais de 137 mil pessoas desistiram de procurar emprego e dezenas de milhares de portugueses tiveram que emigrar à procura do emprego.

Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que a precariedade laboral - contratos a prazo, recibos verdes e outros vínculos instáveis - já afecta 873 mil pessoas.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que a taxa de pobreza é de 20% e metade da população portuguesa está já numa situação vulnerável à pobreza.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que 20% dos mais ricos do planeta concentram mais de 75% da riqueza mundial, em que 800 mil milhões de pessoas (incluindo 300 milhões de crianças) deitam-se, todas as noites, com fome e em que a cada 3,6 segundos morre um ser humano por desnutrição.

Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que Portugal é apontado em Bruxelas como o Estado-membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos, ultrapassando mesmo os Estados Unidos nos indicadores de desigualdade.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que Portugal foi o país da Zona Euro que mais aumentou a carga fiscal nos últimos cinco anos.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que soubemos que 235 milhões de euros (num total de 23 mil milhões das entidades privadas) terão sido colocados por entidades da órbita do Estado em paraísos fiscais.

Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que o valor da receita perdida em virtude da fuga fiscal e da economia clandestina representa entre 4,7% e 7,2% do PIB, um intervalo entre 6.000 e 9.500 milhões de euros que escapam às mãos do fisco (montante mais que suficiente para aliviar a carga fiscal dos portugueses).
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que Portugal vai ser ultrapassado pela Estónia e pela Eslovénia já este ano em riqueza produzida por habitante.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que a forte revisão em baixa do crescimento económico previsto para este ano (passou de 2,2% para 1,5%) prova que ao contrário do que o primeiro-ministro e ministro das Finanças nos andavam a tentar fazer crer a economia está mesmo a definhar.
Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que, pelo oitavo ano consecutivo, vamos crescer abaixo da União Europeia.
carlosalberto.cac@gmail.com

Vamos eleger um novo líder do PSD num tempo em que os portugueses, que vivem em crise há sete anos consecutivos, já perceberam finalmente que os sacrifícios que lhes impuseram foram em vão.
É, pois, neste cenário de pessimismo e desilusão, em que os portugueses consideram mau o governo e pior a oposição, que vão decorrer as eleições para escolher o novo líder do PSD.
Talvez tenhamos perdido credibilidade e, porventura, os portugueses já não nos levem tão a sério, mas continuamos a ser a única alternativa ao actual (des)governo do país.

O PSD precisa, por isso, urgentemente de mudar de vida e encontrar em 31 de Maio um líder que seja capaz de apresentar aos portugueses um projecto para GANHAR outra vez PORTUGAL. Não podemos continuar a brincar mais aos líderes.
Para velhos problemas, novas soluções. Não é com as velhas receitas do passado e um aventureirismo igual ao dos últimos seis meses, mais preocupado em distribuir lugares em listas eleitorais a troco de votos do que em discutir os problemas do país, que vamos lá.

Para mim esse líder é PEDRO PASSOS COELHO. É jovem, está bem preparado, tem ideias novas e acredita que Portugal ainda é possível. Pouco me importa que digam que não tem experiência governativa. Afinal de que valeu a Santana Lopes, que passa o tempo a dizer que Passos Coelho não pode ser o próximo líder do PSD porque é jovem e não tem experiência governativa, a “experiência de ter começado por dar aulas na Faculdade, de ter trabalhado em departamentos governamentais, de se ter candidatado a uma câmara municipal mais pequena e depois a uma maior” se, depois, como Primeiro Ministro, foi o desastre que todos sabemos (por mais injusto que tenha sido o ex-Presidente da República) e se, como candidato a Primeiro Ministro nas Legislativas de 2005, deu aos socialistas a única maioria absoluta que alcançaram depois da revolução de Abril?
Oxalá os militantes do PSD façam a melhor escolha e que o novo líder chegue às eleições do próximo ano com o partido unido à volta de um projecto que restaure a confiança dos portugueses e que traga mais progresso e desenvolvimento para Portugal.



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