À medida que se vai desenvolvendo a atual campanha eleitoral, destinada a escolher a nova composição da Assemblei da República, como que por magia desapareceu a famosa historieta da suposta espionagem que estaria a ser feita sobre funcionários da Presidência da República.
O leitor mais atentonão deverá deixar de se interrogar sobre a fonte de uma tal infeliz brincadeira, sobretudo a partir de que se viu ser como que atingido pela mesma.
Se assim proceder, o leitor facilmente perceberá o estado em que hoje se encontra a atual oposição ao Governo de José Sócrates, que de tudo se vai aproveitando para pôr em causa quem vem dirigindo o País de há quatro anos a esta parte.
Mas torna-se essencial não esquecer o lamentável silêncio do Presidente Cavaco Silva, que por essa via deixou que a mentira posta a correr por certa comunicação social ficasse sem qualquer tipo de resposta.
Ao mesmo tempo, certamente por ter o Governo percebido a realidade de quanto estava em jogo, também a Comissão de Fiacalização dos Serviços de Informações, tal como a Procuradoria-Geral da República, se não pronunciaram sobre um tema que, pelo modo aparente e interessado como foi noticiado, lançou mais uma vez no domínio da brincadeira um tema que, num dia destes, bem pode vir a ser uma realidade.
O azar dos partidários criativos que lançaram esta atoarda foi, precisamente, a causa que levou boa parte dos portugueses a transferir o seu voto para partidos que muitos não imaginavam ser possível. No fundo, a mesma razão que leva a que o partido hoje no poder seja o único a descer, sem que uma subida minimamente concomitante se opere no partido que tradicionalmente o tem substituído. É que os portugueses estão cansados, fartos e desiludidos com quem tem exercido o poder nestas últimas três décadas.
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