EDITORIAL: O feriado de Vizela e a internet

Por que hoje é domingo e por sinal nem chove, o que é coisa rara nos tempos que correm, resolvi debruçar-me sobres dois assuntos de oportuna militância: um deles o feriado municipal de Vizela e outro os salteadores da net perdida. Espero que tenha um pouco de paciência…e de tempo. Aqui não há escutas. MANUEL MARQUES


1 – Aqui ao lado, no ddV, foi aberto pela milésima vez uma crucial pergunta sufragista (daqui por uns tempos voltamos ao mesmo) na qual se indaga os leitores do ddV a propósito do feriado municipal.
Vela a pergunta por apurar qual o feriado que os vizelenses (bom Povo) mais desejariam.

A sondagem ad-hoc revela 58 por cento a favor do dia 11 de Julho (dia de S. Bentinho das Peras, patrono da Europa e padroeiro de Vizela – concelho onde, dizem, nasceu S. Gonçalo) e 33 por cento a favor do 11 de Março, dia em que a Assembleia da República votou na generalidade o concelho de Vizela com nove freguesias e depois, a mesma casa, surripiou-lhe duas.
É Portugal ninguém leva a mal.

Convenhamos que a diferença de 58% para 33% não é muita mas já vimos candidatos a ganharem a cadeira da Câmara Municipal por muito menos margem.

2 – As sondagens na internet valem o que valem. São apenas ligeiras estimativas até porque há uns melrinhos que se quiserem alteram a votação de um momento para o outro. Não me perguntem como fazem isso (tal como em muitas coisas sou um zero em informática), mas que fazem lá isso fazem. Tanto que não vale a pena lançar nestes termos sondagens renhidas, sobretudo em campanhas eleitorais, porque de um momento para o outro alguém trata de virar o bico ao tacho.
Não foi, deduzo e não garanto, o caso desta sondagem do Feriado Municipal que contabilizou 212 votos o que equivale a 212 computadores diferentes.
Já vi jogos da II Liga com menos público e até da Primeira. Isto para não falara em salas de cinema.

3 – Sempre fui a favor do Feriado a 11 de Julho. Dinis Costa, o actual alcaide de Vizela, também. Maria José Pacheco, a homenageada deste 19 de Março também. José Manuel Faria, ex-deputado municipal e que viveu intensamente a luta de Vizela, é outro conhecido apoiante público do 11 de Julho.
Manuel Campelos, o rosto do Movimento para a Restauração do Concelho, é contra e defende que a data seja mantida a 19 de Março. Outros, legitimamente, terão a mesma opinião.
O assunto nunca foi debatido com profundidade na Assembleia Municipal de Vizela nem na rua.
O programa comemorativo deste ano inclui uma missa em S. João da parte da manhã e outra em S. Miguel da parte da tarde.
Talvez os santos ajudem a resolver esta questão do feriado.

E AGORA A NET

4 – Na quinta-feira fui fazer a cobertura do treino do FC Vizela para a Rádio Vizela, rubrica Desporto em Movimento.
Não estava mais ninguém da informação no estádio e alguns dados foram colhidos pessoalmente junto do chefe de departamento de futebol do FCV, Alfredo Cunha, que acompanhava o treino. A notícia foi publicada no site da RV.
O jornal A Bola, que gosta de se apelidar de A Bíblia, pegou sem qualquer autorização na notícia do site e publicou-a na edição de sexta-feira. Não fez, ainda por cúmulo, qualquer referência à fonte.

5 - Esta é uma prática cada vez mais comum no seio do jornalismo português. Pessoas com enorme responsabilidade na área jornalística, algumas com passagem pela Universidade, usam e abusam do plágio a olhos vistos sem o mínimo pudor.
De quando em vez aparece uma alma generosa que cita a fonte onde se foi servir, mas fá-lo apenas por misericórdia, porque os lucros das notícias, e A Bola, por exemplo, ganha rios de dinheiro, guarda-o apenas para si.

6 – Poderia contar milhentas histórias da arte do copy-past mas fico-me apenas por esta:
- Um jornal de grande tiragem nacional veio ao ddV buscar uma notícia sem autorização que publicou sem qualquer referência à fonte e de forma truncada. Copiou e pronto. A notícia viria depois a passar na televisão com alguns atropelos à mistura.

7 - O jornalista foi confrontado com as pessoas referenciadas na notícia porque publicou umas achegas que não correspondiam à verdade. A resposta do jornalista foi esta: «Eu tirei a notícia do Digital de Vizela».
As achegas de que as pessoas se queixavam não tinham sido publicadas no ddV, mas apenas pelo jornalista copião. Este é um método que estes artistas usam para dar a ideia de alguma originalidade nas notícias dos outros.
Moral da história: o jornalista publicou a notícia como se fosse sua e calou a caixa; quando foi confrontado pelos visados, então disse para as pessoas se dirigirem ao ddV.

Cada vez há mais gente sentada em frente ao computador à espera que a papinha lhe seja servida. E se estiver insossa ou salgada ainda resmunga como se tivesse carradas de razão.
Temos de saber viver com isto...ou então penduramos as botas.
Bom domingo.

NR - No ddV existe uma coluna dedicada à IMPRENSA. Divulgamos os jornais ou televisões, referimos as fontes, colocamos link's. Achamos que esta é uma forma de servir a Imprensa.




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