Greves nos CTT deverão ter impacto reduzido no serviço

Os CTT – Correios de Portugal informam a população da existência de pré-avisos de greve, de natureza local e pontual, em alguns Centros de Distribuição Postal dos Correios. Estes pré-avisos foram emitidos por 1 dos 14 sindicatos representados na empresa e, dado o seu carácter localizado, deverão ter um impacto marginal no serviço aos clientes.




De fora destas convocatórias de greve estão as Estações de Correio, as Centrais de Tratamento e os Transportes Postais. Por isso, o atendimento e o encaminhamento de correio no País não serão afectados.


Os pré-avisos de greve abrangem 35 dos 356 Centros de Distribuição Postal e Centros de Apoio à Distribuição dos Correios. Estes 35 centros de distribuição estão espalhados um pouco por todo o País e, somados, representam 14,8% do tráfego postal. Este facto, associado à natureza local das greves, permitem-nos prever que a generalidade da população não sentirá qualquer efeito.


Para as situações que se justificarem, os CTT despoletarão os habituais planos de contingência, priorizando o correio urgente, e a entrega de correio social, nomeadamente vales de pensões de reforma e encomendas contendo medicamentos.



Carteiros recebem

entre 2200 a 3400 euros de prémio


As motivações referidas por este sindicato (de um universo de 14 existentes) para a convocação destas greves prendem-se basicamente com dois pontos:

A alteração dos horários de trabalho e, nomeadamente, a entrada mais tardia ao serviço de um número limitado de carteiros e a subsequente perda de elegibilidade para recebimento dos subsídios de pequeno almoço e incómodo, bem como dos nocturnos;
A utilização de metodologias de tratamento e distribuição de correio que permitiram a contratação de novas equipas de distribuição pela empresa CTT Gest, o aumento do número de distribuições diárias e o aumento da automatização do tratamento de Correio;


Sobre estas matérias, os CTT têm a dizer o seguinte:


Os subsídios de horário incómodo e de pequeno-almoço, bem como o trabalho nocturno, como outros, constituem uma forma de remuneração de trabalho efectivo. Quando esse trabalho não é realizado o seu pagamento não é justificável. No caso específico invocado, a alteração do horário de início do trabalho foi motivada pela modernização do tratamento de correio através de máquinas, que permitem que o correio chegue já organizado e sequenciado para entrega aos carteiros. Deste modo, deixa de ser necessário que os carteiros entrem às 5 ou às 6 da manhã. Ganham em qualidade de vida e tempo pessoal e familiar e consegue-se, ao mesmo tempo, que passem mais horas em distribuição na rua e menos a organizar correspondência, o que configura uma alteração positiva para o serviço à população.
Esta situação abrange um número limitado de carteiros. Apesar disso, conscientes das suas responsabilidades sociais, os CTT têm vindo a estudar formas para facilitar a transição destes carteiros aos novos horários. Nos primeiros casos já decididos – e aceites pelos respectivos carteiros - foram a eles atribuídos prémios entre os 2200 e os 3400 euros, de modo a que possam de forma gradual organizar a sua vida pessoal;

Associado a este facto está a aquisição de máquinas mais sofisticadas para tratamento de correio proveniente de grandes expedidores. Estas máquinas permitiram já que, em algumas zonas do País, em alguns dias, o correio seja distribuído não uma mas duas vezes por dia. Deste modo, garante-se sempre o cumprimento dos prazos de entrega e em alguns casos até a sua antecipação. Esta segunda entrega é feita por trabalhadores contratados pelo Grupo CTT, e cujos deveres laborais, fiscais e de segurança social são, obviamente, cumpridos com rigor. O serviço, como é natural, continua a ser prestado pelos CTT e a ser responsabilidade dos CTT;


As greves de natureza local convocadas deixam de fora 90% dos Centros de Distribuição dos Correios. São abrangidos 35 centros de distribuição nas seguintes cidades:


Nazaré (greve ao segundo período de trabalho) – 26 de Abril
Braga, Guimarães, Barcelos, Vila Verde, Fafe, Famalicão, Riba de Ave e Lamego (segundo período de trabalho) – 26 e 28 de Abril
Costa da Caparica (greve geral local) – 26 a 30 de Abril
Pegões, Grândola (greve geral local) – 26 a 30 de Abril
Setúbal (greve geral local) – 28 de Abril
Laranjeiro (greve geral local) – 28 de Abril
Santarém, Loures, Almeirim, Alenquer, Évora, Beja, Faro (greve ao segundo período de trabalho) – 28 a 30 de Abril
Chamusca (greve ao segundo período de trabalho) – 29 e 30 de Abril
Faro, Sacavém, S. J. Talha, Lisboa, Oeiras (greve ao segundo período de trabalho) – 4 a 7 de Maio

Paralelamente, mas sem relação directa com estas greves locais, há um pré-aviso de greve geral nacional nos Correios para dia 27 de Abril de 2010, em alinhamento com o sector dos Transportes. O motivo invocado não está, neste caso, relacionado com os aqui descritos.

Fernando Marante/ Gabinete de Imprensa CTT

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