Jornal de Notícias abordou tema das Termas de Vizela


Notícia da autoria da jornalista Emília Monteiro publicada na edição de hoje do JN com o título: «Câmara admite recorrer ao Tribunal para abrir termas»


JN

Políticos e população saem amanhã à rua porque "a terra não pode viver sem as termas"

Vizela sai amanhã à rua para se manifestar pela reabertura das termas. Sem termas não há turistas e não há comércio. Empresa promete reabrir as termas mas não sabe quando. Câmara ameaça ir para Tribunal para ter de volta a principal atracção da cidade.


"Estamos a trabalhar na reabertura das termas mas, dada a actual conjuntura económica, não é fácil. Mas as termas vão reabrir, se não for daqui a seis meses, será daqui a um ou dois anos", disse, ao JN, Carlos Coutinho, representante da maioria do capital da Companhia dos Banhos de Vizela, a empresa proprietária das termas. Para amanhã, às 17.30 horas, está marcada uma manifestação que pretende mostrar que Vizela não pode viver sem as termas. Organizada pelo Movimento dos Comerciantes do Vale do Vizela, a concentração, tem o apoio dos comerciantes, da Câmara e dos restantes partidos políticos.

"Eu só não vou à manifestação porque estou em Lisboa mas acho muito bem que as pessoas se juntem para reclamar a abertura das termas", referiu ainda Carlos Coutinho. O balneário bem como o Hotel Sul Americano encerraram há um ano, despedindo os funcionários e anulando reservas. Na altura, a empresa que gere os espaços alegou dificuldades económicas. Um ano depois, sem as centenas de utentes das termas e sem os turistas seniores que ocupavam o hotel da cidade, Vizela é um local quase sem vida.

"As termas fecharam porque houve desentendimentos entre os accionistas. Que ninguém diga que foi por falta de utilizadores", explicou António Magalhães, comerciante na cidade. Do complexo termal, apenas a piscina continua a funcionar.
Dinis Costa, o presidente da autarquia vizelense, vai participar na manifestação e afirmou que, se for necessário, recorrerá ao tribunal para exigir a reabertura do espaço ou para que seja retirada à Companhia Banhos de Vizela a licença de captação da água sulfurosa termal.


"Estamos em constante diálogo com o Governo, com a actual administração das termas e com possíveis investidores, tentando agilizar o processo pela via da concertação, ultrapassando todos os diferendos", referiu Dinis Costa.


"O encerramento das termas prejudica todo o concelho mas importa não esquecer que o anterior executivo camarário, ao misturar o interesse público com o interesse privado, teve culpa no fecho", salientou Miguel Lopes, vereador do PSD. Também Carlos Coutinho, da Companhia dos Banhos, responsabiliza o anterior executivo socialista. "A Câmara, ao fomentar desentendimentos entre os accionistas, foi a responsável em deitar as termas abaixo", referiu.

Para que as termas e o hotel possam reabrir, Coutinho afirma que é preciso recorrer ao crédito. Além disso, defende a retoma do bom relacionamento entre a autarquia e a empresa termal. "As termas são a nossa maior referência e estamos a tentar evitar que este processo se arraste em tribunais e se perca em questões burocráticas", afirmou Dinis Costa.
"Sem os turistas quase não temos trabalho", disse Joaquim Sousa, taxista há 17 anos, em Vizela. "Tivemos uma perda de serviços incalculável e Vizela deixou de contar com os turistas e com vinham às centenas todos os anos", frisou.

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