Não deixem o FC Vizela morrer...

«Temos de parar de apontar “armas” a este ou àquele, temos de parar de dizer que “X” pôs o FC Vizela nesta situação. Porque não foi “X” nem “Y”! Fomos todos! Todos temos responsabilidades no momento actual do FC Vizela, de forma directa ou indirecta! Os diferendos que vão afastando muitos ex-dirigentes, uns dos outros, e principalmente do clube, têm de terminar. É imperioso que tal aconteça!»
Carta de João Manuel Gonçalves da Rocha, Associado Nº 952, Director e Secretário da Secção de Formação do FC Vizela



Como funcionário, associado e fiel acompanhante de uma instituição que, para mim, significa muito mais do que apenas a minha entidade laboral, é com profunda tristeza que assisto e vivo a dura realidade que o FC Vizela se encontra.

É inquietante ver uma comunidade, que outrora se unia em prol da defesa dos símbolos mais representativos de Vizela, demasiado afastada dos problemas que nos afectam.

Não tenho dúvidas de que esta Comissão Administrativa, nomeadamente na pessoa do Dr. Eduardo Guimarães, esteja a tentar fazer o seu melhor em busca de estratégias e soluções para sanear o FC Vizela, mas é preciso que as mais altas individualidades desta terra se unam num compromisso de salvação! De salvação de um clube que fomenta o desporto em mais de três centenas de jovens que, diariamente, “fintam” as condições de trabalho possíveis que existem e procuram todas as semanas levar bem alto o nome do nosso FC Vizela. E isso pode-se verificar nos sucessos e óptimas classificações registadas esta época, num departamento que vem realizando um trabalho notável.

De resto, sem esquecer os restantes elementos ligados ao Departamento Juvenil, gostaria de destacar duas pessoas de uma organização e dedicação absolutamente fantásticas. São eles o nosso director-executivo Ricardo Oliveira e o Sr. João Viana, responsável pelo sector dos transportes, pessoas com grande amor à causa. Ambos vieram revolucionar um departamento que se assume cada vez como o caminho a seguir para a restituição da verdadeira mística vizelense! Não tenho qualquer dúvida de que, com pessoas assim, o FC Vizela voltará a ostentar o bom nome de um passado não muito longínquo.

Eu, como trabalhador desta secção de futebol, posso afirmar, por exemplo, que todas as contas se encontram devidamente documentadas ao cêntimo. E digo ainda que, desde o início de 2010, não existe qualquer dívida a fornecedores ou serviços prestados, uma vez que todo o vestuário, combustível e reparações nas viaturas que transportam os nossos jovens, têm sido prontamente liquidadas. Neste plano, contempla-se o grande esforço dos pais e de muitos dos nossos patrocinadores, absolutamente inexcedíveis, sendo que nós apenas damos o rumo certo à receita, estancando,obviamente, qualquer dívida.

Agora, mais do que qualquer tarefa que eu desempenhe neste clube, a questão que coloco a mim próprio é porquê? Por que é que, num período em que se tenta reabilitar um clube numa situação de pré-falência, a população e elite vizelenses não se unem num esforço comum de auxílio? Por que é que todo este trabalho, produzido no decurso do último ano e meio, sempre baseado na transparência, corre o risco de não assumir qualquer valor? Isto deve deixar verdadeiramente perplexo qualquer pessoa que ame o clube, tal como eu.

Por isso, chega de divergências pessoais! Chega de maldizer! Chega de penitenciar pessoas que cometeram erros, as quais acredito que o fizeram com o coração a falar mais alto, ou seja, porque queriam ver o FC Vizela cada vez maior e melhor! Chega das conversas de café cujas críticas e “condenações” suplantam as soluções que depois não surgem nas Assembleias-Gerais do clube, onde, muitas vezes, o silêncio substitui aquilo que deveria ser um debate sério de ideias.

Temos de parar de apontar “armas” a este ou àquele, temos de parar de dizer que “X” pôs o FC Vizela nesta situação. Porque não foi “X” nem “Y”! Fomos todos! Todos temos responsabilidades no momento actual do FC Vizela, de forma directa ou indirecta! Os diferendos que vão afastando muitos ex-dirigentes, uns dos outros, e principalmente do clube, têm de terminar. É imperioso que tal aconteça!

Às vezes, o dinheiro não é mais importante do que sugerir boas formas de gestão. E se todos comungarem desse espírito não tenho dúvidas de que os problemas se resolverão a seu tempo. Como em tudo na vida, basta o dinheiro seguir o caminho correcto e se todos se incumbirem nessa máxima, estou certo de que o FC Vizela volte a respirar, sem “estar ligado à máquina”. Mas é preciso que todos deixem de lado as suas divergências!

Vejo isto difícil, mas não impossível! Sou daqueles que acredita até ao derradeiro segundo, e eu ainda acredito voltar a ver as imagens de um concelho marcado pela união, um concelho que, outrora, desejava ver o FC Vizela na primeira divisão, tal como aconteceu nos anos oitenta!

Vizelenses de coração, não se esqueçam dos 72 anos de história deste emblema que ainda é o mais representativo no panorama do desporto deste concelho!

Força Vizela!

João Manuel Gonçalves da Rocha

Associado Nº 952, Director e Secretário da Secção de Formação do FC Vizela


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