Alunos do Colégio de Vizela promoveram exposição

No passado dia 8 de Julho, no âmbito das apresentações públicas do projeto Krisis, promovido pela área da comunidade da CEC Guimarães 2012, foi inaugurada a exposição ESPAÇO DE TEMPO, dinamizada e concebida pelos alunos do 7º ano do Colégio Vizela, produto final de um trabalho de um ano em parceria com aquela área de programação da CEC.



Apesar da chuva que caia lentamente, as vozes dos alunos fizeram-se sentir por todo o castelo, contagiando os presentes com a sua confiança e estoicismo, inclusivamente a equipa artística composta por José Mário Branco, Carlão, Amélia Muge, António Durães, Rui Pereira, José Martins, Magna Ferreira e Fernando Lapa, acompanhada pela responsável pela programação, Suzana Ralha.

À entrada do castelo de Guimarães os visitantes eram convidados a parar todos os seus mecanismos e a ingressar numa viagem à volta do tempo, podia ler-se a inscrição "Deposite aqui o seu tempo". Seguindo o percurso o visitante assistia a uma performance de construção de um jornal, o jornal Lapso no Tempo, base de trabalho de toda a exposição. Neste local apenas os manequins, sentados nos sofás a lerem o seu jornal, eram seres imóveis, os alunos representavam afincadamente o papel de jornalista, ouvindo-se apenas a voz do ardina que tentava vender jornais, destacando a notícia principal do mesmo, ou seja, a Exposição Espaço de Tempo.
Continuando na praça da armas, vislumbrava-se, em cima do enorme penedo que aí se encontra, um relógio cujas horas se encontravam baralhadas e as molas avariadas. Nestas saltavam à vista conceitos base ligados ao projeto: tempo, guerra, paz, homem, herói, liberdade, autodeterminação... Junto a este relógio, a várias vozes, ouvia-se um tic-tac e a conhecida lengalenga sobre o tempo.
Subindo para o adarve um cartoon, junto à porta da traição, onde se lia a inscrição "Prenda a sua mãe num castelo perto de si", e se podia ouvir uma dona Teresa a recitar uma estrofe d'Os Lusíadas, onde se condena a sua atitude. Subindo ao adarve, no primeiro torreão, sinalizado como autodeterminação, via-se a imagem de D. Afonso Henriques refetida num espelho e a palavra encontra-te, que era acompanhada por uma citação de Shakespeare que fazia refletir o visitante sobre o conhecimento da sua identidade. Seguiam-se outros momentos do percurso como a Torre da Forca, onde se podiam observar palavras como D. Teresa, Castelhanos e Fernão Peres de Trava, bem como a Torre dos Heróis e da Liberdade.

A maior surpresa desta exposição estava guardada para o fim, no piso -1 do torreão central o visitante podia encontrar a Sala do Sonho, uma sala escura onde o branco se destacava pela cor das nuvens, das escadas, das bailarinas, que vestidas de anjos o convidavam a deixar-se embalar pela música, um original dos alunos do Colégio Vizela, e pela inscrição e se lia no chão "Sonha, sonha muito, quem sabe se o herói que há dentro de ti não desperta no sonho desta noite".
Se não teve oportunidade de visitar esta exposição até ao passado domingo, mantenha-se atento, pois este é um dos primeiros trabalhos de apresentação pública dos alunos do Colégio Vizela, até 2012, outros virão.
Teresa Oliveira

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