Timor aberto às empresas portuguesas

Timor é a porta de entrada para países do Sudoeste AsiáticoMercado de 586 milhões de pessoas aberto a produtos e mão-de-obra da região A direção da Associação Empresarial de Vila Verde (AEViVer) esteve reunida com a embaixadora e o adido económico da embaixada de Timor em Portugal.



O encontro de trabalho entre o vice-presidente da AEViVer, Jorge Pereira e Natália Carrascalão e Venceslau dos Santos, respetivamente, está inserido numa estratégia de criar condições para as empresas da região abrirem ou reforçarem portas para a internacionalização.No final do encontro, Jorge Pereira considerou a reunião «muito positiva. Timor é um país em desenvolvimento, onde é preciso fazer tudo. É ainda uma plataforma giratória para países como a Indonésia, com 230 milhões de habitantes, ou a Austrália com 23 milhões de pessoas. Singapura fica ali perto também (5 milhões de pessoas)».

O vice-presidente da AEViVer recorda ainda que «Timor está inserida numa região estratégica a nível mundial que é o Sudoeste Asiático, onde as empresas da região podem desenvolver todo o tipo de atividades».O café é uma das áreas de forte atratividade com grandes plantações mas pouca industrialização. Mas há mais áreas: «a saúde, a educação, as infraestruturas rodoviárias, os edifícios públicos está tudo por fazer e são janelas de oportunidade para as empresas da região. O país é rico em petróleo e em recursos naturais, tem uma área considerável para a produção agrícola mas que precisam de um impulso para se desenvolveram».A embaixadora Natália Carrascalão apresentou o país como «uma porta aberta para os vinhos portugueses, sobretudo o vinho verde, muito apreciado quer na Indonésia, quer na Austrália mas ainda pouco implementado nesta vasta região. A legislação comercial timorense é igual à portuguesa e isso é logo uma mais-valia». Timor tem ainda vários incentivos e isenções fiscais para as empresas que se queiram instalar no território. «O próprio Banco Mundial e União Europeia têm linhas de financiamento para a instalação de empresas», referiu ainda Natália Carrascalão.O têxtil, o calçado, a olaria, a panificação, o café e as artes gráficas são necessidades prementes no país e áreas com fortes oportunidades de negócio, como revelou a embaixadora timorense. Da reunião ficou também o agendamento de várias reuniões de trabalho com os empresários da região onde serão abordadas todas estas questões. Timor irá, em breve, pertencer à ASEAN-Association of Southest Asian Nations onde estão países como Singapura, Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietname, Brunei, Camboja, Laos e Myanmar num mercado de mais de 586 milhões de pessoas.

Globalização (CE-CPLP; China; Mercosul)A AEViVer está a desenvolver uma estratégia de expansão global que passa por desenvolver parcerias económicas com países em zonas de forte crescimento. «As empresas da região estão a passar por dificuldades económicas, prevendo-se que nos próximos dois anos não haja grandes melhorias. Por isso, a AEViVer tem, também, como missão explanada no seu plano de atividades, abrir portas e janelas de oportunidade globais para que os empresários possam expandir os seus negócios», refere o presidente da AEViVer, José Morais, acrescentando que «mesmo quem já está implantado no terreno precisa de apoio, sobretudo logístico, na prossecução dos seus negócios. Este também é, por isso, um dos objetivos primordiais da AEViVer».Recentemente foi assinado um protocolo com a Associação Industrial de Moçambique cujo presidente, Carlos Simbine é também o presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP). «Já há empresas da região instaladas em África que precisam de apoio no terreno e de mecanismos que agilizem a exportação dos seus produtos e este protocolo é um excelente instrumento para a concretização de negócios», refere ainda José Morais, salientando a existência de um mercado com 250 milhões de pessoas. A China cujos recentes contatos com a embaixada irão dar frutos no futuro e inserida numa zona do globo com quase dois biliões de pessoas e o Paraguai, país charneira no Mercosul (300 milhões de pessoas), «fica em zona estratégica para se entrar no Brasil, na Argentina, no Chile» foram já alvos de ações concretas que, muito em breve, serão vertidas em iniciativas locais, nomeadamente no apoio a empresas já instaladas nestes territórios. «Com esta reunião de trabalho na Embaixada de Timor, a AEViver fica com capacidade para responder a qualquer empresário que se queira instalar em mercados emergentes em todo o Mundo».

José Morais salienta que «esta estratégia global abre portas para o Mundo aos empresários da região».Comércio LocalNo entanto, a AEViVer não se esquece do comércio local e está a desenvolver já um conjunto de atividades com os comerciantes e empresários da região para a época natalícia que se aproxima. «O comércio local é o pulmão do desenvolvimento da economia da região e por isso, não pode nem deve ser esquecido. É nesse sentido que estamos, todos em conjunto, a preparar uma série de iniciativas para o Natal e que irão ser apresentadas muito em breve».

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