«I Congresso Social do Ave– O Futuro da Inclusão»

A Associação de Municípios do Vale do Ave e a Comunidade Intermunicipal do Ave promoveram o I Congresso Social do Ave – O Futuro da Inclusão durante o dia de hoje que se prolongará até amanhã no Teatro cinema de Fafe.




O I Congresso Social do Ave – O Futuro da Inclusão – é uma iniciativa que se enquadra no projeto Ave Social, promovido pela Associação de Municípios do Vale do Ave, ao abrigo do Programa ON. 2 O Novo Norte – Promoção e Capacitação Institucional, na área de abrangência da NUT III Ave, integrada por oito concelhos: Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela.



Trata-se de um projeto que decorre do Plano de Desenvolvimento Social (PDS) do Ave efetuado em 2009 / 2010 por uma rede de atores institucionais do território, que identificou então as prioridades estratégicas de atuação e propôs ações a desenvolver no âmbito de diferentes temas específicos do desenvolvimento social e humano: Envelhecimento, Pessoas com Deficiência, Crianças e Jovens em Risco, Emprego e Qualificação. No seguimento deste plano, o projeto Ave Social tem reforçado o trabalho interinstitucional em rede com intervenção nestes temas específicos, numa lógica supramunicipal, contribuindo para uma atuação mais eficaz e eficiente neste território.



Partindo-se de uma análise das potencialidades e desafios do território, pretende-se com este Congresso criar momentos de reflexão e debate em torno de grandes dimensões estratégicas do desenvolvimento Social do Ave, confrontando-as com as práticas, e apontando soluções inovadoras que promovam de forma efetiva uma intervenção social mais sustentável, inteligente e inclusiva.

Na sessão de abertura usou da palavra o Presidente da Câmara Municipal de Fafe, Raúl Cunha, que felicitou a iniciativa e a caracterizou como oportuna. “Estes projectos são uma excelente ajuda para o desenvolvimento económico da região”. Entretanto, Rui Barreira, presidente da Plataforma da Supraconcelhia do Ave, referiu que “atravessamos momentos difíceis, mas temos de pensar na inclusão social de forma empreendedora”, e rematou fazendo votos para que as conclusões deste congresso não sejam meras reflexões mas sim factos concretos. Refira que também estiveram presentes no início dos trabalhos o secretário-geral da AMAVE – Associação de Municípios do Vale do Ave, Gabriel Pontes e o secretário executivo da CIM do Ave – Comunidade Intermunicipal do Ave, Manuel Sousa.



No final destes breves discursos foi o Deputado Assembleia da República, Vieira da Silva, que falou da exposição da situação económica e social do Ave e sobre as suas potencialidades e desafios. O político focou-se fundamentalmente na questão do desemprego e referiu-a como uma das situações mais importantes a retificar. “Será em torno do emprego que se jogarão as determinantes maiores de evolução no futuro próximo e de médio prazo”. Acredita que a região tem potencialidades para criar condições, porque “tem menores indicadores de envelhecimento e possui redes urbanas das mais fortes do País”. Porém, não esqueceu os riscos e mencionou alguns deles. “A emigração está a ser um problema nacional, mas esta região tem uma dificuldade acrescida em atrair e fixar mão-de-obra qualificada. As pessoas já não emigram só por não ter trabalho, mas por não se sentirem devidamente remuneradas”. Vieira da Silva indicou ainda os desafios mais exigentes. “Criar parcerias para o emprego e qualificação e principalmente conseguir uma remuneração adequada à expectativa dos trabalhadores”, concluiu.



Nesta primeira sessão do Congresso teve também lugar um debate subordinado ao tema: «Entre o Passado e o Futuro: Dimensões estratégicas para o Desenvolvimento do Ave – Sustentabilidade, Emprego e Inovação» com a moderação do jornalista da TVI, Victor Pinto. O presidente ESLIDER Portugal, Carlos Azevedo, fez as honras e deu algumas soluções. “Devemos aproveitar os recursos endógenos para a resolução dos problemas. A solução passa por um trabalho conjunto entre governo e organizações”. Seguiu-se o professor da Universidade Católica do Porto, António Batista, explicou que “temos a responsabilidade de fazer a reforma do nosso mercado para que todos tenham o seu espaço de troca e afirmação. Temos também de criar condições para que os nossos jovens possam assumir o protagonismo do território onde estão inseridos”. Por último, o presidente ANJE - Associação Nacional Jovens Empresários, Manuel Lopes Teixeira, afiança que Portugal não pode sair do contexto da União Europeia. “Não acredito em Portugal fora da EU ou do euro. Neste momento as exportações não sendo solução para todos os casos são para a maioria. Devemos pensar em depender cada vez menos do Estado”.



No retomar dos trabalhos da parte da tarde, teve lugar um momento descontraído protagonizado pelos meninos da CERCIFAF com um desfile de moda.



No âmbito da apresentação dos resultados do projecto Ave Social e das publicações, “Entre Terras e Gentes – percurso de um projecto Social em Rede” e “Ave Social 3.0”. Maria João Ferreira da AMAVE fez o enquadramento do projecto em quatro temáticas distintas. “O Plano Social do Ave foi concebido em conjunto com oito Municípios centrando-se em quatro áreas: Envelhecimento, pessoas com deficiências, crianças e jovens em risco e emprego e qualificação. Este projeto foi desenvolvido durante dois anos que resulta na publicação das acções”. Rita Aires da Sol do Ave fez a apresentação da publicação «Entre Terras e Gentes – percurso de um projecto Social em Rede». “É importante dinamizar as quatro temáticas no sentido de ajudar ao desenvolvimento económico da região". Por sua vez, Maria José Afonso da Sol do Ave fez as considerações finais. “Este projecto é pioneiro no território. Pela primeira vez houve um projecto supramunicipal que envolve entidades públicas sem fins lucrativos que ajudaram a criar soluções e ideias para o desenvolvimento da economia”. No final, Ângelo Paupério do Manual "Ave Social 3.0" - Construindo Pontes Para o Empreendedorismo Social, Eslider Portugal explicou que precisamos de construir pontes para o empreendedorismo social. “A mudança social decorre da união de pequenas organizações, grupos e empreendedores a grandes organizações, estados e empresas”.



No segundo e último dia do Congresso, hoje, os participantes vão debater o tema «Horizonte 2020 – as políticas sociais e o desenvolvimento territorial», antes de serem apresentadas as conclusões dos trabalhos.

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