BOMBEIROS: Eleições a 25 de outubro. Ilídio Costa recandidata-se mas deverá haver mais uma lista

Atual presidente dos bombeiros pediu ao Comandante para desistir do recurso da sua não recondução de mandato apresentado em tribunal «pois não terá qualquer hipótese de voltar a ser Comandante». Paulo Oliveira respondeu mais tarde que o processo decorre e que a todo o momento poderá haver uma resposta.


Com o auditório dos bombeiros quase cheio, esta foi mais uma assembleia com fogo cruzado aquela que ontem teve lugar no auditório dos Bombeiros de Vizela, nomeadamente entre João Ilídio Costa, presidente da Direção dos Bombeiros, e Rogério Caldas, ex-comandante da Corporação vizelense. Mas outras intervenções tiveram lugar inclusive de bombeiros, como Paulo Félix e Miguel Ribeiro que foram ao púlpito tecer críticas ao mandato de Paulo Oliveira, dizendo mesmo Miguel Oliveira que sairá da Corporação se o Comandante regressar (caso ganhe o recurso apresentado em tribunal contra a decisão da Comissão Arbitral que lhe retirou o comando após a decisão da direção em não querer renovar o mandato de cinco anos de Paulo Oliveira.

DUAS LISTAS?
Esta foi a última assembleia antes das eleições que o general Cipriano Alves, presidente da Mesa, agendou para 25 de outubro devendo as listas interessadas em concorrer ser entregues até oito dias antes, a 17 de outubro.
João Ilídio Costa, respondendo a pergunta de Paulo Félix disse que vai concorrer a mais um mandato, mas estas eleições poderão voltar a fazer história porquanto está na forja há já algum tempo a elaboração de uma outra lista que poderá, pela segunda vez, originar um ato eleitoral idêntico ao ocorrido na década de 90 em que foram apresentadas duas listas encabeçadas por Dinis Corais (vencedor) e Belmiro Martins.

ORDEM DE TRABALHOS
Os pontos em agenda foram discutidos e votados, tendo a ata anterior sido corrigida pois foi apurado que Rogério Caldas não pediu nenhuma medalha para si, há duas assembleias atrás, como referia a ata da anterior assembleia. O ex-Comandante pediu audição da gravação com o próprio e Vítor Monteiro, secretário da mesa e redator da ata, a reconhecer que a gravação de onde fora extraído o texto ser de fraca qualidade. Vítor Monteiro pediu desculpa ao lesado e, numa posição de honra, colocou o seu lugar à disposição o que não foi aceite pelo presidente da Mesa.
A venda de uma fracção traseira do Millennium BCP, condicionada à possibilidade legal do fracionamento do prédio do antigo quartel dos bombeiros, embora da competência da direção, foi trazida à assembleia e reprovada. O ex-presidente António Manuel Pacheco disse que este caso já se arrasta há vários anos mas que deveria ser lidado com pinças sendo contra a alienação de património que tanto custou a adquirir pela instituição no passado.
A venda, que poderia resultar em cerca de 50 mil euros para a Real Associação (40 do valor avalizado por entidade competente extra-bombeiros, mais 10 de donativo oferecido pelo ginásio Vizela Fitness) foi reprovada pelos associados.

OBRA MOSTRADA EM SLIDES
No ponto três foi feito pela direção um balanço ao mandato 2013-2015. A situação financeira da instituição foi considerada boa, os investimentos necessários "devidamente operados", compra de viaturas de emergência+saúde+fogo, mobiliários, painéis solares, , requalificação de espaços, os projetos para o futuro "devidamente desenhados", etc...
Ao nível dos número de sócios houve aumento. Em dezembro de 2010 a Real Associação contava com 3.408 sócios e em 31 de julho deste ano, 3.993.
Os sócios puderam assistir no ecrã ao trabalho desenvolvido pela direção liderada por João Ilídio Costa tendo Rogério Caldas ido ao púlpito dar os parabéns à direção mas acrescentando que os investimentos aconteceram em maior escala este ano, "parecendo campanha eleitoral".
A direção aproveitou para agradecer aos sócios, população em geral e bombeiros, bem assim como a algumas entidades oficiais de Vizela e de Guimarães pelo apoio prestado.

COMANDANTE AGUARDA DECISÃO DO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO
No ponto 4 da ordem de trabalhos, foi relembrado o processo e despacho que levou à não recondução de Paulo Oliveira na função de Comandante. O presidente disse que este foi um caso que abalou a Real Associação nos últimos tempos e desafiou Paulo Oliveira a desistir do recurso apresentado em tribunal deixando que a direção possa nomear um novo comandante. Ficou claro que se Ilídio Costa vencer as próximas eleições este não irá desistir de ter Paulo Oliveira afastado do comando da Corporação.
Numa seta apontada a Paulo Oliveira (presente na sala mas que se se manifestou apenas neste ponto em minuto e meio de antena para defender a honra), o presidente da direção disse que se passaram coisas muito más na Corporação e que ao nível das promoções dos voluntários, «aquelas que não foram feitas em cinco anos pelo sr. Comandante Paulo Oliveira, sê-lo-ão, nos próximos dias, antes das eleições, porque são uma questão de organização e de justiça" .
Novamente Rogério Caldas foi ao púlpito apontar o dedo a João Ilídio Costa dizendo que foi ele que despoletou esta guerra com o comandante só porque Paulo Oliveira era seu amigo.
Ilídio Costa defendeu que o que estava em causa era a boa orientação da Corporação e que Rogério Caldas  continuava a ser um opositor desta direção como "provam cartas que nos escreveu".
Os bombeiros Miguel Ribeiro e Paulo Félix revelaram de negativo o mandato de comando de Paulo Oliveira tendo este respondido mais tarde que «tudo parecia ensaiado para aquela sessão». Paulo Oliveira acrescentou que o seu recurso decorre em tribunal e que a breve trecho haverá novidades. Ficou claro que não vai desistir de regressar ao Comando do Corpo Ativo.
O associado Vítor Ferreira, de Infias, interveio, para dizer que era tempo de todos os bombeiros darem as mãos pela nobre causa, enquanto o bombeiro Francisco Ferreira alertou para o facto dos funerais de bombeiros contarem com todo o corpo ativo presente e a bandeira sobre a urna o que parece ter faltado em alguns funerais. Foi-lhe respondido que esse assunto está tratado e as palavras de Vítor Ferreira serviram para apagar os focos de incêndio que mais uma vez se fizeram sentir na maior instituição do vale do Vizela com todos a concordar que era tempo de darem as mãos.



NÚMEROS DA REAL ASSOCIAÇÃO
Comandante: 0
2º Comandante: 1
Adjunta de comando: 1
Oficiais bombeiros; 2 voluntários e 1 assalariado
Chefe: 1
Subchefe; 1
Bombeiros de 1ª classe: 14 voluntários e 8 assalariados
Bombeiros de 2ª classe: 16 voluntários e 1 assalariado
Bombeiros de 3ª classe: 66 voluntários e 6 assalariados
Estagiários: 5
Quadro de reserva: 35
Quadro de honra: 53
Total: 195 bombeiros voluntários e 16 assalariados


Escriturárias: 2 (não bombeiras)
Empregadas de limpeza: 1 (não bombeira)
Total de assalariado da Real associação: 19




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