três professoras do Agrupamento de Escolas de Infias deslocaram-se à Finlândia na semana de
5 a 9 de Outubro para melhor conhecer o sistema de ensino daquele país. As três docentes
frequentaram um curso internacional de formação na University of Eastern Finland e fizeram
visitas de estudo a diversas escolas secundárias da cidade de Joensuu, no norte da Finlândia.
Nesta deslocação interessava sobretudo compreender o sistema de ensino finlandês, a
forma como se combate o insucesso e abandono escolares, assim como conhecer boas
práticas que possam ser implementadas no Agrupamento de Infias. Uma das práticas é colocar
os alunos no centro do processo de aprendizagem, de forma a que possam sentir-se
responsáveis por ele. “Um exemplo possível”, adianta Helena Salazar, coordenadora do
projeto e participante no curso, “é usar as ideias, experiências e atividades diárias dos alunos
como ponto de partida da aprendizagem. Neste sentido, por que não usar as funcionalidades
do smartphone para a realização dos trabalhos escolares?”
Segundo Gorete Afonso, outra docente de Infias que se deslocou à Finlândia, “o
sistema de ensino não difere muito do nosso, a grande diferença está nos recursos humanos
envolvidos e na aposta do bem-estar do aluno. Por exemplo, a criança ingressa no 1º Ciclo só
quando já completou sete anos, porque antes dessa idade precisa de brincar e passar tempo
com a família”. Já Belmira Paiva, outra docente que também frequentou o curso, enfatiza que
na Finlândia os alunos são auxiliados de todas as formas: “os materiais escolares são gratuitos
até ao 9º ano, as refeições também são gratuitas para todos os alunos de todos os níveis de
ensino. Há uma preocupação constante no acompanhamento dos alunos, por isso as turmas
são pequenas e os alunos que podem ter mais dificuldades por motivos cognitivos ou
emocionais são acompanhados individualmente, dentro e fora da sala de aula.”
Neste país nórdico, continuam a valorizar-se as disciplinas tradicionais, como os
trabalhos manuais (havendo oficinas e salas bem equipadas para ensino de marcenaria,
costura ou tricot) ou a economia doméstica (cozinha e passar a roupa) a par das disciplinas
viradas para as competências do século XXI, tais como as TIC e o ensino bilingue (em finlandês
e inglês). Não são realizados exames a nível nacional em nenhuma fase do percurso escolar e
os programas das disciplinas são adaptáveis às especificidades de cada turma.
O sistema de ensino da Finlândia é reconhecido internacionalmente devido ao sucesso
académico demonstrado pelos alunos das provas PISA, uma prova realizada a nível
internacional, por alunos de 14 e 15 anos de idade, nos diversos países da OCDE.
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