Bloco exige explicações sobre internamento de doentes nos corredores do Hospital de Guimarães

O Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães, é dotado de urgência geral de nível médico-cirúrgica, dando resposta a uma população que ascende às 350 mil pessoas residentes nos concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto, Fafe, Guimarães e Vizela.




O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, através dos deputados Pedro Soares (distrito de Braga) e Moisés Ferreira (distrito de Aveiro), vem por este meio questionar o Governo, através do Ministério da Saúde, sobre o(s) motivo(s) que levam o Hospital de Guimarães a internar doentes que ficam nos corredores e não em enfermaria.

Os deputados do Bloco pretendem que o ministério da tutela indique quais as medidas que estão ser implementadas de modo a resolver definitivamente esta situação, garantindo que os utentes são internados em enfermarias e não em corredores. O Bloco pretende ainda que a administração desta unidade hospitalar indique se houve ou não encerramento de camas naquela unidade, nos anos de 2014, 2015 e nos meses entretanto decorridos de 2016. De acordo com informações veiculadas pela comunicação social, há utentes internados neste hospital que estão a ser colocados nos corredores, por falta de camas nas respetivas enfermarias. Esta situação não é de todo ideal, seja por adensar o risco de infeção hospitalar, seja por colocar os doentes em situações de exposição e de falta de privacidade que não são compatíveis com os níveis de qualidade e exigência que um serviço público de saúde deve providenciar. Em declarações à comunicação social, o presidente do Conselho de Administração do hospital refere que “pode suceder um doente estar lá (no corredor) um ou dois dias, mas não mais do que isso”. Mesmo tratando-se de uma situação transitória de um ou dois dias, esta situação não pode ser aceite como natural.

Acresce que não é a primeira vez que são denunciadas situações de internamento de doentes nos corredores no Hospital de Guimarães. Nos anos de 2014, 2015 e nos meses entretanto decorridos de 2016, quantas pessoas tiveram alta no Hospital de Guimarães tendo permanecido internadas, aguardando vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI)? Quantos enfermeiros exercem funções no Hospital de Guimarães? Quantos enfermeiros seriam necessários para assegurar o normal funcionamento do hospital?
Já em 2014 o Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre este assunto; na resposta, o Governo referiu tratarem-se de “casos pontuais de camas estacionadas nos corredores”. Dois anos depois, parece que os casos pontuais continuam a ocorrer, o que leva a questionar se se tratarão de facto de situações meramente ocasionais. Refira-se também, em abril do corrente ano o Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre o número de enfermeiros existentes no Hospital de Guimarães mas esta questão não foi ainda respondida, não obstante o prazo de resposta de 30 dias se encontrar claramente ultrapassado.

Perante o exposto, o Bloco de Esquerda considera necessário que esta situação seja clarificada, conhecendo-se os motivos que levam a que haja utentes a serem internados nos corredores bem como quais as medidas que estão a ser implementadas para ultrapassar definitivamente esta situação indesejável.

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