150 anos do nascimento de Raul Brandão com música de “Capicua”

Escolas Martins Sarmento e Francisco de Holanda recebem iniciativa “Da Rua para o Papel”. Festival Literário “Húmus” continua, agora com performances musicais.




Ana Matos Fernandes, artista que dá vida ao projeto “Capicua”, estará em Guimarães na próxima terça-feira, 31 de janeiro, às 10 horas, na Escola Secundária Martins Sarmento, e às 15:10 horas, na Escola Secundária Francisco de Holanda, no âmbito da atividade “Da Rua para o Papel”, integrada no programa de comemoração dos 150 anos do nascimento de Raul Brandão, cuja efeméride está a ser assinalada pela Câmara Municipal de Guimarães com a realização de um diversificado conjunto de iniciativas que fazem parte do Festival Literário de Guimarães - Húmus.


A artista portuense que apresenta “Capicua” cresceu a gostar de rimas e de palavras ditas ao contrário. Com 15 anos, descobriu o Hip Hop, primeiro pelos desenhos nas paredes, depois pelas rimas em cassetes, até chegar aos microfones. Algures entre a escola e a universidade, do Porto para Lisboa, estuda sociologia e faz um doutoramento em Barcelona.


Edita dois EPs em grupo (“Syzygy” em 2006 e “Mau Feitio” em 2007), até estar pronta para a primeira aventura solitária em 2008, com a aclamada mixtape “Capicua goes Preemo”. Seguem-se inúmeras colaborações em diversas compilações e mixtapes de alguns dos mais conceituados DJs e produtores de Hip Hop nacionais. Em 2012, edita o seu primeiro álbum em nome próprio, com selo Optimus Discos e consegue atingir novos públicos, surpreender a crítica e ganhar destaque nas mais prestigiadas listas de melhores discos do ano.



Segue-se nova mixtape, desta vez com beats de Kanye West (“Capicua goes West”, 2013), que prepara terreno para um segundo LP, “Sereia Louca”, editado em 2014 pela Norte Sul. Este trabalho precipita uma longa lista de concertos pelos principais palcos e festivais do país, faz crescer um público cada vez mais diverso, consolida e aprofunda o respeito dos pares e da crítica, confirmando o lugar de Capicua como um dos maiores talentos da nova música portuguesa e uma das mais incontornáveis artistas da sua geração.



Para celebrar o trabalho realizado, chega “Medusa” (Norte Sul, 2015), um disco de remisturas com dois temas originais, em que marcam presença alguns dos mais estimulantes projetos de Hip Hop e da atual música urbana de raiz eletrónica. Em 2016, edita “Mão Verde”, um disco/livro de música para crianças, em parceria com Pedro Geraldes (Linda Martini), iniciando uma numa nova tour de concertos para um novo público, com uma clara motivação ecologista.



Cronista da revista “Visão” desde 2015 e conhecida pela sua escrita emotiva e politicamente engajada, pela espontaneidade e por uma clara atitude feminista, conta já com uma longa lista de colaborações, conferências, projetos sociais e workshops, sempre em torno da palavra e da música.

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