"Papilio da JF Almeida levantou voo"

O jornal Portugal Têxtil dá destaque à empresa moreirense JF Almeida e ao fio space dyeing com declarações do administrador João Almeida (na foto).

 (texto e fotos Jornal Portugal Têxtil)


O fio space dyeing da JF Almeida foi o grande destaque na primeira vez que a empresa, conhecida sobretudo pelos têxteis-lar, se lançou em força nas feiras, com a estreia do negócio de fiação na Première Vision Yarns mas também no Modtissimo, onde chamou a atenção de compradores internacionais.


Tal como a borboleta que é o logótipo da marca, também a Papilio – a marca de fios da JF Almeida – está a lançar-se em altos voos. Criada em 2014, depois da aquisição do know-how à Arco Têxteis, a Papilio dá nome ao fio multicolorido, com tecnologia de tingimento space dyeing «que pode ir até seis cores. Ou seja, nem com um estampado digital é possível imitar isso», explicou o administrador João Almeida, num artigo publicado na edição de setembro do Jornal Têxtil.

O fio, tingido dentro de portas, pode ser obtido a partir de uma grande diversidade de matérias-primas, com exceção de polipropileno, e foi o grande foco da apresentação da especialista em fios na capital francesa.

Primeira paragem em Paris
«Decidimos vir à Première Vision porque estamos a especializar-nos na área dos fios especiais e fios tingidos», justificou o administrador. «O mercado nacional já conhece o Papilio e eu quero expandir a marca. Toda a gente tem ficado impressionada e na Première Vision tivemos já visitas de todo o mundo – eu vinha para expandir a parte europeia mas temos tido muita gente da América Latina», apontou, ainda durante a feira parisiense, João Almeida.

A fiação na JF Almeida começou por trabalhar em exclusivo para suprir as necessidades internas do grupo. «Há oito anos só pensávamos em produzir para o grupo. Mas devido ao grande investimento que se fez, ficámos na altura com um grande excedentário de produção. Começámos com novos serviços de tinturaria e vimos que o negócio era vantajoso. Neste momento, 50% da produção de tinto em fio já é para serviços», revelou o administrador.

O mercado francês, onde a empresa já entrou, tem «potencial, mas é daqueles mercados onde tem de haver nome», acredita. A Polónia é outro país na linha de mira da JF Almeida. «Há outros países onde estamos já a vender diretamente, como Itália, Dinamarca e República Checa. E temos ainda Espanha, que é um mercado muito forte a nível de fios crus e estamos agora a começar com o fio Papilio para a decoração», enumerou.

Fios especiais a crescer

Atualmente, esta área de negócio da JF Almeida conta com cerca de 70 clientes ativos, 400 fusos na bobinagem e uma capacidade de tingimento de 15 toneladas de fio por dia.
Em 2016, entre fios tintos e serviços, representou uma faturação de 4,5 milhões de euros, mas todos estes números deverão aumentar nos próximos tempos, segundo o administrador, tendo em conta os investimentos que continuam a ser realizados.
Até à data, a JF Almeida renovou o parque de máquinas, com a aquisição de novas autoclaves, uma bobinadeira com 70 fusos, a adição de mais uma cozinha de cores automática – contabiliza agora três – e a montagem de um laboratório físico. «Nos próximos três a quatro anos, vamos terminar a renovação da tinturaria de fio e vamos, provavelmente, fazer o investimento numa nova cozinha de cores. Ao nível de laboratório, vamos comprar mais uma máquina para efetuar testes de solidez e outros», adiantou João Almeida.

Aposta nacional
Além dos investimentos, há também uma forte aposta em I&D, com projetos com o Citeve e o CeNTI e a plataforma Fibrenamics da Universidade do Minho. «Queremos pegar em projetos novos, em fibras e técnicas novas, pegar num fio e ele ser tecnicamente funcional. Mas queremos fazer tudo internamente», indicou João Almeida.
Também em Portugal, o negócio de fios da JF Almeida esteve pela primeira vez no Modtissimo, na edição de 3 e 4 de outubro (ver Modtissimo faz a festa).
«Esta feira [o Modtissimo] está mais direcionada para outras áreas do têxtil que não o fio, mas isto é uma aposta a longo prazo e achamos que cada vez mais os visitantes podem habituar-se a ver mais a parte do fio», admitiu, ao Portugal Têxtil, Tânia Guimarães, responsável de exportação de fios têxteis na empresa.

A trabalhar há 10 anos em fios space dyeing, António Pereira, responsável técnico pelo tingimento especial de fios, destacou o interesse de compradores internacionais, nomeadamente do «Reino Unido e do Brasil», no salão português, que ficaram também eles impressionados com a diversidade de matérias-primas da Papilio. «Agora estamos virados para todo o tipo de artigos, desde lãs a poliamidas», reconheceu.
Uma versatilidade que promete granjear bons resultados para a empresa. «Tenho a convicção que o Papilio vai ter muito sucesso. Em que é que nós somos diferentes? Fazemos todo o tipo de fibras, desde poliéster a linho, lã, poliamida… O conceito é “nós fazemos tudo, nós conseguimos trabalhar estas matérias-primas” e por isso somos diferentes – apresentamos várias cores e vários tipos de fibras», concluiu João Almeida.

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