JOSÉ ANTUNES: " Só peço que olhem para o nosso trabalho, para o que temos feito e olhem para o nosso palmarés""

O Grupo Desportivo Jorge Antunes está a comemorar 38 anos de existência. José Antunes, presidente desde a fundação, faz um balanço de todos estes anos e as suas perspectivas para o futuro.
Na foto, José Antunes com a Taça dos Campeões Europeus em futsal conquistada pelo seu clube.


ddV - Que balanço faz destes 38 anos?
JOSÉ ANTUNES - O balanço é sempre a subir porque conseguimos rapidamente traçar o que foi estipulado. Temos a nossa sede que agora é pequena, temos um parque automóvel invejável para nós andarmos descansados no que diz respeito à segurança e temos ano apos ano aumentado as modalidades. Isso deixa-me feliz quando vejo que os nossos objetivos são cumpridos.

- Como começou tudo?
- Tudo começou há 38 anos com uma brincadeira de amigos para entrar num torneio de futebol de salão em que eu e o meu irmão Jorge Antunes fomos pedir ao meu pai para patrocinar e assim ficou. Nunca mais paramos, em primeiro com o nome da fábrica Lasa e depois criamos o próprio clube.

- Ao longo destes anos o nome do clube mudou. Porquê?
- Mudamos o nome por mágoa minha, porque para muitos ignorantes pimbas da minha terra que não sabem separar uma família, a Fundação e o Grupo Desportivo. As pessoas de propósito misturavam tudo e o nosso mérito nunca era reconhecido. Agora já nos veem com outros olhos mas ainda existe muito ignorante e muitos ingratos. Eles que olhem para o trabalho feito nestes 38 anos e depois ponham a mão na consciência pois temos um palmarés invejável. Por muito que custe a muitas pessoas somos a coletividade com maior palmarés Nacional e Internacional do concelho de Vizela para não falar do Minho.

- Quantos atletas já passaram pelo DJA?
- Milhares, muitos milhares e a única mágoa que tenho é eles ou a grande parte deles não continuarem a ser sócios e a frequentar a nossa sede.

- Ter o nome do seu irmão (Jorge Antunes) no nome do Clube o que significa para si?
- Claro que preferia não ter, gostava mais dele à minha beira mas nestas circunstâncias é um orgulho trabalhar em prol do nome dele. Estamos a criar condições para que o clube seja auto-sustentado e assim perdurará por longos anos.

- Quais foram os momentos mais altos que viveu enquanto presidente?
- Independentemente dos títulos Nacionais que ganhamos tudo que havia para ganhar, fomos campeões Europeus, campeões Ibéricos em séniores e juniores Campeões do Mundo com o Rafael mas o que mais destaco era e é a camaradagem porque, acima de tudo somos uma família.

- E momentos menos bons?
- Quando tomei conscientemente a decisão de acabar com a equipa sénior. Principalmente da forma que foi, por ter decidido da falta de reconhecimento da terra, por falta de apoios e acima de tudo pela falta de respeito pelo nosso sério trabalho que estávamos a fazer.
Com sinceridade custou mais a decisão do que a partir do dia seguinte, nunca mais tive a mínima tentação. Nunca mais vi um jogo de futesal ao vivo, vejo jogos na televisão no máximo dois minutos.

- Que títulos destaca nas várias modalidades?
- Termos sido Campeões Europeus é simplesmente arrepiante e inesquecível.

- Começou com o futsal mas hoje o DJA abraça outras modalidades...
- A maior parte das modalidades não têm custos significativos para nós. Estamos abertos a todas as modalidades com um projeto a longo prazo. Queremos ser o clube mais eclético do Minho. Neste momento estamos a estudar ter uma equipa de Andebol e Voleibol.

- Pediu à Câmara aumento das instalações da sede social. O que pensa fazer?
- Queremos fazer uma sala para prender mais os nossos atletas e jovens da terra. Queremos uma sala com playstation totalmente grátis para sócios e atletas onde eles possam passar os tempos livres além do desporto. Queremos uma sala de convívio e ter um espaço totalmente grátis de computadores.

- Que acordo estabeleceu com a autarquia de Vizela para utilização do pavilhão gimnodesportivo de S. Paio de Vizela?
- Aquele pavilhão parecia um armazém ou uma confeção e nós transformamos um barraco num pavilhão com condições para receber jogos da seleção ou qualquer final de qualquer modalidade. É verdade que não pagamos nada para utilizar mas temos lá investidos largos milhares de euros. Nós utilizamos à noite e de manhã e a tarde é para as escolas e para a Universidade sénior.

- Como é que as crianças se relacionam com o Desportivo?
- Muito bem e cada vez melhor. Somos um Clube completamente diferente desses que andam por ai, dámos condições que ninguém tem e nunca prometemos nada que não possamos cumprir.

- Que orçamento movimenta ao longo do ano?
- O nosso orçamento ronda os 111 mil euros.

- Os apoios oficiais que recebe são suficientes?
- Claro que não. Nunca nenhuma coletividade fica satisfeita. Ao longo dos anos estivemos a batalhar em muitas frentes agora que temos tudo só precisamos do aumento da sede e de um donativo à nossa altura daquilo que é justo. Acredito, que a equipa do Dr. Vitor Hugo Salgado juntamente com a Drª Agostinha Freitas, vão fazer um bom trabalho no desporto no Concelho de Vizela vão reconhecer e analisar clube a clube. Todos sabemos ao logo destes anos o esbanjamento de dinheiro que foi dado sem o mínimo de controlo, não queremos ser mais do que ninguém queremos ser iguais a todas as coletividades.

- Como funciona a orgânica do Clube (direções, treinadores, etc.)
- Somos completamente transparentes e frontais e acima de tudo trabalhamos em democracia. Somos uma família e não me canso de dizer que tenho um excelente grupo de trabalho.

- Pediu à AFB para realizar provas oficiais no pavilhão em S. Paio. Porquê?
- Receberemos verbas por isso e dinamizaremos a freguesia de São Paio que tão bem nos acolheu.


- O nome do DJA soou mais alto através da equipa de futsal sénior onde defrontou o Benfica, Sporting e participou em competições internacionais e outros. O regresso da equipa semi-profissional pode ser uma realidade?
- Pode ser uma realidade com outro formato. Só queremos uma equipa de ex jogadores do DJA e que saiam das equipas de Sub 20. Estamos analisar quando será o tempo certo para entrar, se entramos.

- Sente que o DJA exerce um papel importante na comunidade e sobretudo junto dos mais jovens?
- Sim e cada vez mais. Neste momento somos 170 praticantes e não temos mais por falta de condições físicas e orçamentais.

- Os vizelenses apoiam o DJA?
- Lentamente já há muita gente a mudar a mentalidade mas há muitos ingratos que pensam de forma negativa. Só peço que olhem para o nosso trabalho, olhem para o que nós temos feito e olhem para o nosso palmarés.

- Quais são os votos que faz para o futuro do Desportivo a que preside?
- Vamos entrar num período de eleições e vou apresentar a minha lista e o meu projeto para o futuro do DJA. Como já disse vamos criar condições para que possamos fazer um clube mais auto-sustentado, fazer um clube mais forte em termos de mais modalidades e sem esquecer do aumento da sede que é o essencial para o crescimento do clube.
As pessoas que acreditem que somos diferente e andamos a servir o desporto e a parte social e não nos servimos de nada.

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