PRESIDENTE DEFENDE O REFORÇO DO “PORTE PAGO”

A ANIR, única Associação exclusivamente representativa de toda a Imprensa Regional e Local, congratula-se com a alta sensibilidade do Presidente da República, que, na cerimónia dos Prémios Gazeta 2017, que ocorreu no passado mês de novembro, fez pública a sua preocupação pelo que considerou ser uma “situação de emergência da comunicação social em Portugal”.

A obrigação do Estado de intervir nesta crise é a questão colocada por Marcelo Rebelo de Sousa, que afirmou que “de ano para ano vai sendo cada vez mais grave”, alertando que esta realidade está “a criar problemas já democráticos, problemas de regime”. O Presidente da República classificou de “período dramático da crise profunda da comunicação social em Portugal e, portanto, da liberdade em Portugal e, portanto, da democracia em Portugal”.

Deixou uma mensagem de esperança aos que suportam as dificuldades atuais da comunicação social, porque “este tempo é um tempo de resistência. Vão ter que resistir para poder vencer. Eu vou ver o que posso fazer para ajudar nessa resistência”, concluindo que “vale a pena resistir, pelo jornalismo, pela liberdade, pela democracia em Portugal”, disse, depois de atribuir os preocupantes fenómenos de populismo também à “presente debilidade crescente da comunicação social”, que é, no fundo, “a debilidade crescente da democracia”.

Em relação à Imprensa Regional e Local, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi mais objetivo, sugerindo a intervenção através de “pequenas medidas”, como o reforço do “porte pago, por exemplo”.


No Congresso Nacional da ANIR, a 3 de novembro passado, foi salientada a crise por que atravessa a nossa Imprensa Regional e Local, espelhada, por exemplo, no facto de haver mais de 600 jornais profissionalizados há uma década (portanto, com condições para beneficiar dos Incentivos do Estado) e hoje sermos menos de centena e meia.

Das conclusões do Congresso Nacional ressalta, nomeadamente, a necessidade de garantir uma das especificidades dos “jornais regionais e locais” - uma imprensa de afetos, que entra na casa dos cidadãos, criando importantes hábitos de leitura, em todas as gerações -, que se traduz na assinatura do “jornal da terra”, a preços acessíveis, em contraponto com a atual situação que obriga a suportar elevados custos da expedição postal.



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