Caminho Braga-Santiago já vale mais de uma Compostela por dia

O Serviço de Peregrinos da Catedral de Santiago entregou até outubro, em média, mais de uma Compostela por dia a
peregrinos (entre os quais alguns vizelenses) que completaram o Caminho da Geira e dos Arrieiros, que liga Braga à capital da Galiza, na distância de 240 quilómetros.
Segundo os dados estatísticos fornecidos esta terça-feira, 19, pelo Gabinete de Imprensa da Catedral de Santiago, “receberam a Compostela 341 peregrinos que completaram o Caminho da Geira e dos Arrieiros” no espaço de sete meses (de abril a outubro).

A maioria partiu de Braga (216), Castro Laboreiro (103) e Ribadavia (8). Os restantes começaram o percurso em Berán, Entrimo e Lóbios (três em cada localidade); Gerês e Terras do Bouro (dois em cada) e Cortegada (um peregrino). Trata-se de uma média estatística de 1,56 peregrinos/dia.
Este caminho, percorrido sobretudo por portugueses, espanhóis e italianos, passou a integrar as estatísticas oficiais de atribuição da Compostela a 28 de março deste ano, data em que a igreja o reconheceu como itinerário de peregrinação jacobeia.

O delegado de peregrinações do cabido da Catedral de Santiago, o deão Segundo L. Pérez López, assinou na altura um certificado onde refere que o traçado cumpre "as condições de outros caminhos de peregrinação" e por isso "concede a Compostela" a quem o percorrer.
As associações ligadas à sua valorização referem, no entanto, que já foi concluído por mais de 700 pessoas, justificando a diferença com o facto de muitas não solicitarem a Compostela e as estatísticas não incluírem os primeiros três meses do ano.
Para constar no relatório anual do Serviço de Peregrinos da Catedral de Santiago de Compostela é necessário que o documento seja entregue a 500 pessoas por ano.
A Compostela foi atribuída ainda a outros 536 peregrinos, entre janeiro e outubro, que começaram em Braga, mas seguiram percursos diferentes do Caminho da Geira e dos Arrieiros.

A Compostela é emitida a quem complete o Caminho de Santiago, percorrendo no mínimo os últimos 100 quilómetros a pé ou a cavalo, ou 200 quilómetros em bicicleta, e que declarem tê-lo feito por motivos religiosos ou religiosos/espirituais.
A validação dos quilómetros faz-se através da Credencial do Peregrino, que deve ostentar no mínimo dois selos por dia, nos últimos 100 ou 200 quilómetros, conforme o método utilizado, obtidos de preferência em estabelecimentos ou instituições ligados à Igreja e ao Caminho de Santiago.
O Serviço de Peregrinos da Catedral de Santiago de Compostela emite, em iguais condições, o Certificado de Distância, um documento que valida o número de quilómetros feitos.

A Associação Jacobeia do Caminho Minhoto Ribeiro e a Associação Codeseda Viva, bem como outras organizações envolvidas no projeto como a que congrega as autarquias espanholas da região -, que investigam a história, património e o traçado necessários à validação do caminho [não possui rede de albergues, nem está marcado na totalidade, pelo que deve usar-se GPS], pretendem a sua oficialização até ao Ano Santo Jacobeu de 2021.

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