Ciclista Artur Coelho em livro

Felgueirense Armando Pinto apresenta este sábado às 15 horas na Biblioteca de Felgueiras um livro com biografia de ciclistas de Felgueiras, entre eles o saudoso Artur Coelho. A entrada é livre.
O ato com a apresentação de recortes de jornais, fotos, revistas, etc.

Armando Pinto autor

Eis a Programação da sessão de apresentação do livro “Ciclistas de Felgueiras” – 7 de março – 15 horas – Biblioteca e Arquivo Municipal de Felgueiras:
Está já delineada a programação da sessão pública de apresentação do livro em apreço. Em cujo delineamento está feito assim o plano:

- Às 15 horas, na Biblioteca Municipal, abertas as portas, com ENTRADA LIVRE, estará patente uma exposição com material que serviu de suporte ao levantamento histórico do conteúdo do livro. Estando patentes alguns jornais, revistas e fotos que existem dos ciclistas referenciados. Assim como estará exposto o acervo de livros anteriores já publicados pelo autor Armando Pinto.

- Entretanto, ainda no mesmo espaço, estará o livro à disposição dos interessados.
- Seguidamente a Sessão pública de apresentação do livro, no auditório da Biblioteca e Arquivo Municipal de Felgueiras, terá a mesa de honra composta pelo Presidente e / ou  Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Felgueiras, mais pelo apresentador oficial do livro, que será um amigo do autor que é figura pública da comunicação, mais pelo Presidente da Junta de freguesia da terra de um dos ciclistas biografados, como ainda pelo autor também, obviamente, e pelo apresentador público da sessão, que será um elemento conhecido da Rádio Felgueiras.

Entre a assistência, conforme respostas entretanto chegadas, além de representações do município e outras entidades, está para estar presente o Presidente da Associação de Ciclismo do Porto e presente também o Presidente ou alguém representante da Federação Portuguesa de Ciclismo.

Além naturalmente de pessoas conhecidas e amigos, quer dos meios do ciclismo português como da cultura local e nacional. Assim como entusiastas do desporto das bicicletas e também amigos da comunicação regional, entre diversos casos. Assim como dos ciclistas biografados os ainda vivos, felizmente.

No final, enquanto o autor está disponível para a habitual assinatura de autógrafos aos possuidores do livro, também, como de costume em eventos nos espaços do município felgueirense, será servido um Verde de Honra, com oportunidade dos presentes tomarem o paladar ao pão de ló e às cavacas de Margaride-Felgueiras.

ARTUR COELHO


Efectivamente, Felgueiras deve orgulhar-se de ser natural do concelho o antigo ciclista Artur Coelho, atleta famoso que se alcandorou a lugar de destaque no panorama velocipédico nacional na década de cinquenta, com carreira desportiva de alto nível entre 1955 até 1961. Tendo sido Artur Coelho na realidade um Ás do pedal, vencendo mesmo provas importantes ao serviço do F. C. Porto, do qual o referido Felgueirense foi exímio ciclista como grande “sprinter”, especialista nas chegadas em pelotão dos finais de etapas e de circuitos, como até de contra-relógios. Atleta que teve carreira saliente, entre muitas vitórias, por triunfo alcançado na Volta de São Paulo-Brasil, em ter sido camisola amarela várias vezes e vencido diversas etapas na Volta a Portugal e ter ido em dois anos consecutivos à Volta a Espanha em representação da selecção Nacional de ciclismo.

A este personagem dedicamos já, há alguns anos, umas crónicas escritas no Semanário de Felgueiras. Podendo reavivar-se mais sua memória, com algumas dessas e outras recordações… ilustrando o texto com imagens da colecção do autor.

Logo no ano do seu aparecimento, em 1955, incluiu a equipa do FCP que venceu colectivamente a clássica Porto-Lisboa, na “classificação por equipas” (prova a nível individual vencida também por um atleta das Antas) e, depois, na sua “Volta” de estreia, também em 1955, teve vitória em célebre etapa Tomar-Figueira da 18ª edição da “Volta a Portugal, obtendo Artur Coelho, nessa Volta/55 ainda dois terceiros lugares noutras duas etapas, na segunda entre Porto e Vila do Conde e na sétima entre Viseu e Porto, alcançando por fim, na classificação geral final o 4º lugar (atrás do vencedor Ribeiro da Silva, do Académico, e dos 2º e 3º, respectivamente, Sousa Santos, do Porto, e Alves Barbosa, do Sangalhos), tal qual ainda foi 4º na classificação especial do Prémio da Montanha. Além de se ter sagrado vencedor colectivamente, pois que o conjunto do F. C. Porto venceu na classificação por equipas, como venceu a Taça A Bola. No ano seguinte, alcançou também a quarta posição no Campeonato Nacional de Fundo e, na “Volta” de 1956 foi Artur Coelho o primeiro dono da camisola amarela, mediante vitória no circuito portuense da etapa inicial (na pista do Estádio do Lima), envergando aquele símbolo da liderança logo à partida do Porto. Posição de primeiro classificado que manteve até à 3ª etapa, tendo nos correspondentes percursos, das ligações em que envergonhou o “maiot” amarelo, sido quinto na chegada à meta. E, nessa 19ª edição da Volta, Artur Coelho teve mesmo um activo papel, posicionando-se sempre entre os melhores, tanto aconteceu por duas vezes em que fez o 2º lugar noutras duas etapas, mais um 3º lugar em quatro etapas, foi 4º numa outra e 5º por duas vezes em igual número de etapas (numa das quais de contra-relógio), terminando essa Volta na 9ª posição geral.

Aumentando a pedalada, obteve depois a brilhante vitória no Brasil, em 1957, na clássica chamada “9 de Julho” de São Paulo, a Volta ao Estado de São Paulo, terminada vitoriosamente a 11 de Julho de 1957. Tal como, no mesmo ano, em França, conquistou honroso 2º lugar, a 6 segundos do triunfador, no “Paris-Evreux”. Tendo assim dado nas vistas, no mesmo ano integrou a selecção nacional que participou na Volta a Espanha de 1957. E, nessa época de 1957 foi ainda o triunfador do Circuito dos Campeões, disputado na Figueira da Foz. Depois, em 1958 foi vencedor da Volta ao Porto (prova que então era famosa, e noutros anos mais recentes teve denominação de Grande Prémio do Porto, com edições desde 1926 até 1994, por ora). Ano aquele de 1958 que foi até deveras frutuoso, perante vitórias sucessivas, sendo vencedor do Circuito de Garcia, do Circuito de Grândola e do Grande Prémio Vilar. Como voltou a participar na Volta a Espanha, integrado na selecção portuguesa que alinhou em 1958 na importante prova do calendário internacional. Tal como em 1959, repetiu vitória na seguinte edição anual do Grande Prémio Vilar. Ao passo que, na Volta a Portugal desse ano 1959, somou saborosas vitórias em duas etapas, tendo Artur Coelho triunfado na meta da etapa Estremoz-Castelo Branco e vencido o contra-relógio individual entre Covilhã-Guarda, obtendo ainda por duas vezes o 3º lugar noutras tantas etapas e o 2º posto numa; com a curiosidade de nessa etapa, saída de Pedras Salgadas e chegada a Braga, durante o correspondente percurso com passagem por Felgueiras, Coelho ter “forçado” para se mostrar na terra onde nascera, vila de Felgueiras… e com isso ter ajudado o colega portista Carlos Carvalho a ganhar distância para ser o vencedor dessa mesma Volta/59.


Mantendo a pedalada ainda em bom ritmo, em 1960 Artur Coelho venceu uma etapa do Grande Prémio Vilar, enquanto na Volta/60 conseguiu ser 4º à segunda etapa, tendo depois servido mais a equipa, ajudando Sousa Cardoso a manter a amarela de primeiro desde a 5ª até à 15ª etapas, chegando ao final esse sorridente ciclista azul e branco, colega de Coelho, como destacado vencedor. Por fim, em final de trajecto, Artur Coelho deu bem um ar de sua graça na Volta a Portugal de 1961, vencendo uma etapa, ao segundo dia de corrida, na etapa disputada em circuito à volta de Espinho, nessa Volta de que foi vencedor final seu colega de equipa Mário Silva.

Além da colaboração referida, durante essas vistosas participações, Artur Coelho teve também sua quota-parte no trabalho de equipa contributivo para outros triunfos individuais de colegas, bem como colectivos do F. C. Porto alcançados nas classificações de equipas nas Voltas de 1955, 58 e 59.

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Autor Autor AR PINTO (Texto da net)

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