Corvos marinhos voltam no inverno


Os admiradores da vida animal que povoa Vizela e particularmente os seus lagos, ribeiros e rio, já se depararam inúmeras vezes com a esbelta presença dos corvos marinhos, aves aquáticas muito semelhantes aos seus primos, os corvos terrestres (a imagem de S. Bento das Peras apresenta um corvo com um pão na boca que se diz alimentava o Santo) por estas bandas, ora pescando ora espairecendo ao sol de asas abertas a secar. 

Os corvos marinhos visitam Vizela diariamente em contra-ciclo com os aquistas (banhistas) das Termas, já que estes recorrem ao balneário termal nos meses quentes enquanto as encantadoras aves, optam pelos meses frios para exercerem a sua atividade por estes lados. Chegados a abril, os corvos marinhos partem para bem longe e só regressam ao poleiro do lago do parque das Termas e outros locais estratégicos, novamente para novembro e por aqui se manterão na sua atividade piscatória até abril. É sempre assim. 

O Corvo-marinho-comum não se reproduz em Portugal. Aproximando-se a época da reprodução, que ocorre normalmente entre abril e junho, as aves migram para o norte da Europa, nomeadamente para a zona do Mar Báltico

Deduz-se que os ilustres visitantes, enquanto por cá andavam, pernoitavam num estuário em Vila das Aves pois todos os dias eram vistos a chegar e a partir tendo o rio abaixo como linha de orientação. O corvo marinho nada bem debaixo de água, tem filho quanto baste e é uma exímia pescadora, ao ponto de, no passado, alguns pescadores humanos a terem como uma concorrente e, por conseguinte, a perseguirem quase até à sua extinção em alguns locais. 

Tal situação foi invertida após terem sido desenvolvidos esforços no sentido da sua preservação. Pescadores à trela No Japão e na China, o corvo marinho é utilizado pelo ser humano para efetuar pescarias. 

Atam um cordel ao pescoço da ave, lançam-nas à água e elas em mergulho tratam de trazer o peixe sem condições de o engolir. Por cá isso não acontece. O seu nome científico é “Phalacrocorax carbo” e pertence à família “Phalacrocoracidae”, da ordem dos “Suliform". É uma ave de médio a grande porte, com 77 a 94 cm de comprimento e envergadura de asas entre 121 a 149 cm. Os machos são visivelmente maiores e mais pesados do que as fêmeas. Os olhos parecem pérolas de cor verde-esmeralda.

 Estima-se que, anualmente, os corvos-marinhos consumam pelo menos 300 mil toneladas de peixe nas águas da União Europeia.

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