"Polopiqué dá prémio de 200 euros a todos os trabalhadores"


Empresa do vizelense Luís Lopes Guimarães volta a ser notícia pelos melhores motivos.


Isabel Carneiro, do grupo Polopiqué, em entrevista à jornalista JOANA NABAIS FERREIRA, da publicação ECO, acredita que setor têxtil tem capacidade para aumentar salários e que as remunerações devem acompanhar aumento do custo de vida.




O salário mínimo na Polopique, empresa do vizelense Luís Lopes Guimarães, vai aumentar 40 euros, passando a retribuição mínima mensal garantida a ser de 705 euros já no próximo ano, medida com impacto em vários setores e que levou o Governo a atribuir às empresas 112 euros por cada trabalhador que recebe o salário mínimo. No setor têxtil, acredita Isabel Carneiro, diretora-geral do grupo Polopiqué, há capacidade para aumentar salários e que as remunerações devem acompanhar a subida do custo de vida.

Escreve ainda o ECO "No início de 2021, no setor têxtil, o grupo Polopiqué liderado por Luís Guimarães fixou um salário mínimo de 700 euros, acima dos 665 euros de salário mínimo nacional. Além disso, apesar de as dificuldades sentidas no setor, provocadas pela pandemia da Covid-19, a empresa atribuiu um prémio de 200 euros aos colaboradores. Este bónus é, normalmente, um prémio laboral que está associado a um reconhecimento por algo que os funcionários fizeram em prol da empresa. “Mas uma empresa deve estar ainda atenta aos fenómenos económicos e sociais do meio onde se insere“, salienta Isabel Carneiro.

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Para além de não praticar o salário mínimo — medida que abrange cerca de 550 trabalhadores das várias empresas –, o grupo Polopiqué oferece a todos os colaboradores, bem como aos seus familiares, seguro de saúde e vida e, na cantina da empresa, disponibiliza refeições com um custo simbólico de um euro, valor que é encaminhado para instituições de solidariedade.

“As empresas são as pessoas. O seu bem-estar e o seu compromisso connosco são a energia que precisamos para ultrapassar os desafios. Entendemos que os nossos colaboradores devem ser remunerados de forma condizente com o aumento do custo de vida que de uma forma genérica com a pandemia tem subido exponencialmente, desde logo as rendas a alimentação os transportes, bens necessários em qualquer agregado familiar”, afirma Isabel Carneiro.

Sem tecer comentários sobre a discussão na concertação social sobre o aumento do salário mínimo nacional e compensação para empresas, Isabel Carneiro diz apenas que, no setor têxtil, há capacidade para subir a remuneração mínima garantida. “Consideramos que os salários devem acompanhar o aumento do custo de vida atual”, refere.

Sendo uma referência mundial no setor têxtil, a portuguesa Polopiqué exporta para 47 países, conta com um volume de negócios de aproximadamente 90 milhões de euros e emprega cerca de mil pessoas.


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