A grande cheia de 1962 em Vizela e Amarante





Amarante 

Amarante 

Amarante 


Passaram 60 anos. Amarante tem algumas particularidades muito parecidas com Vizela, mais propriamente com a Vizela dos tempos idos com os barcos navegando rio acima, com as cheias do rio Tâmega, suas pontes e chalés ribeirinhos, sem esquecer que ali ao lado jaz num monumento nacional mandado construir por um Rei de Portugal e continuado por outro, segundo a história, o vizelense mais famoso de todos os tempos, conhecido por S. Gonçalo de Amarante, nascido no lugar da Arriconha em Tagilde no concelho de Vizela. 

Muito próximo do Mosteiro de S. Gonçalo,  que tem por Reitor um sacerdote de Santa Eulália-Vizela, há uma rua típica e um largo onde estão expostas várias placas em mármore que datam as grandes cheias do Rio Tâmega. 

A curiosidade, ou equivalência, tem a ver que em 1 de abril 1962, não foi apenas Vizela a registar uma enorme cheia do rio mas também nessa data coincidente com o Dia dos Enganos, o rio Tâmega deixou ali a sua marca. Se reparem bem nas placas amarantinas, houve o cuidado de colocar um risco entre a palavra CHEIA e a data de forma a que se afira o nível a que a água chegou inundando todos os prédios à volta. Como pontes seculares resistem a esta demonstração de força da mãe-natureza que reforça a ideia dos grandes arquitetos de outrora que ainda não utilizavam o betão misturado com verguinha.

APONTAMENTO DE ALFREDO SALEIRA

Junto há ponte Romana, onde morou durante vários anos, o saudoso vizelense Alfredo Pinto (Saleira) escreveu em cimento fresco do passeio a legenda  "XEIA 1-4-1962". 

Rio Vizela a montante também há uma ou outra referência àquela que terá sido a maior cheia de sempre ocorrida no inverno de 1962, portanto há 60 anos.

Nestas seis décadas o rio voltou à estrada duas ou três vezes mas nada que se compare com a grande cheia de 1962.

Outra das curiosidades desse dia 1 de abril de 1962, a filha do Chico da Eva casou com o jogador Valdemar Custódio e não pôde deslocar-se para a igreja de S. João pela rua Ana de Sá (Maquias), naturalmente a pé, porque o rio ditou a sua Lei e não deixou. Respeitar e ir à volta foi o remédio. 



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