FEPODAVES reclama apoios para associações de recolha de sangue


Protesto da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue de Vizela, presidida por Alberto Mota (foto) cancelou comemorações do Dia Mundial do Dador de Sangue. 


O sangue é essencial para tratamentos e intervenções urgentes e pode ajudar pacientes que sofrem de condições com risco de vida, além de apoiar procedimentos médicos e cirúrgicos complexos. O sangue também é vital para o tratamento de feridos durante emergências de todos os tipos (desastres naturais, acidentes, conflitos armados etc.) e tem um papel essencial nos cuidados maternos e neonatais.

O sangue só pode ser garantido através de doações regulares e voluntárias. Por isso, a Assembleia Mundial da Saúde, em 2005, designou um dia especial para agradecer aos dadores e incentivar mais pessoas a darem sangue livremente. A data de 14 de junho foi instituída em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner, imunologista austríaco que descobriu o fator Rh e as várias diferenças entre os tipos sanguíneos.

“Além de agradecer aos dadores e dinamizadores da dádiva de sangue e incentivar mais pessoas a começar a fazer a sua dádiva de sangue” diz Alberto Mota, presidente da FEPODABES.  Também serve este dia para chamar atenção de vários aspectos que estão a condicionar o trabalho das Associações /Grupos e Núcleos de Dadores Sangue , nomeadamente “ falta de apoio financeiro que este ano de 2022 ainda não foi entregue por parte do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) estão a colocar em causa a atividade das Associações de Dadores de Sangue em todo o país, realça Alberto Mota “ por este motivo este ano as comemorações do DIA MUNDIAL DO DADOR DE SANGUE realizada pela FEPODABES está cancelada “

Estes financiamentos destinam-se a apoiar iniciativas nas áreas de informação, sensibilização, promoção da dádiva de sangue e organização de sessões de colheita de sangue. É com recurso sobretudo a estes apoios que centenas de associações de dadores de sangue, em todo o país, conseguem concretizar as suas iniciativas, contribuindo desta forma para a dar resposta às necessidades de sangue dos serviços de saúde em Portugal.

- Falta de meios humanos o que está a verificar-se vários cancelamentos de colheitas de sangue nomeadamente no CSTL

- falta de estratégia nacional para a dádiva de sangue ”, realça Alberto Mota.

A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) também  apela à alteração urgente ao Estatuto do Dador de Sangue, com vista à reposição do direito aos dadores de sangue de se ausentarem das suas atividades profissionais para doar sangue. Esta é uma medida absolutamente necessária para aumentar o número de dadores regulares, diminuindo assim as carências de sangue a nível nacional, carências essas que ocorrem com demasiada frequência.

A FEPODABES reivindica que os dadores voltem a ter direito à dispensa laboral no dia em que realizam a dádiva, possibilidade que lhes foi retirada em 2011, durante a presença da troika em Portugal. A Assembleia da República aprovou em 2012 o Estatuto do Dador de Sangue(Lei nº 37/2012 de 27 de agosto), mas manteve essa lacuna, deixando por resolver uma das questões que tem impacto direto no número de dadores.

Alberto Mota, presidente da FEPODABES, fundamenta esta reivindicação: “perderam-se cerca de 40 mil dadores regulares entre 2011 e 2021. Este número tem um forte impacto na disponibilidade de sangue nos serviços de saúde e deveria preocupar verdadeiramente os decisores políticos”.

A FEPODABES é uma instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo desenvolver uma atividade no âmbito da solidariedade social e humanitária no campo da dádiva benévola do sangue, promovendo a difusão da dádiva junto da população. A FEPODABES tem ainda como objetivo cooperar com o Estado em tudo o que está relacionado e com a temática da dádiva benévola de sangue, representados os os seus filiados junto dos Serviços Públicos nos assuntos comuns e da sua competência específica.

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