Afinal o que foi isso do assalto ao comboio em Nespereira-Guimarães


O caso ainda poderá dar muito que falar pois ninguém sabe se foi uma brincadeira carnavalesca, um ato de malvadez ou tão só uma a aventura de quem não tem mais nada para fazer nesta altura do ano em que vai tudo de procissão em férias. De facto, desde os tempos dos cowboys que não havia um assalto ao 'cavalo de ferro' e ontem aconteceu isso, ou coisa parecida, aqui ao lado, em Nespereira-Guimarães. 

O Grupo Santiago conta a história recambolesca: Um comboio que fazia a ligação Porto - Guimarães foi "invadido", no passado sábado à tarde, e esteve durante algum tempo parado no apeadeiro de Nespereira, após um grupo de cerca de 10 indivíduos, encapuzados, ter entrado nas composições, aparentemente com o intuito de filmar aquele momento, já que um deles tinha uma GoPro instalada na cabeça.

De acordo com informações obtidas pelo Grupo Santiago, o comboio saiu da estação de São Bento às 16h20 e dirigia-se a Guimarães, quando foi alvo do "ataque" em Nespereira.

Nesse apeadeiro, segundo o depoimento de um dos passageiros, "um indivíduo, que usava um chapéu preto e não tinha máscara, mal o comboio parou, entrou numa composição a correr e accionou um dispositivo de emergência". Nesse momento, terão surgido os outros indivíduos, ao que tudo indica todos do sexo masculino, e encapuzados.


Segundo o relato obtido pelo Grupo Santiago, "estavam todos muito bem organizados, dado que cada um parecia ter a sua tarefa estipulada". "Um deles movimentava-se como se estivesse a comandar o resto do grupo, enquanto outro que parecia ter uma t-shirt branca a tapar a cara ficou numa das portas da carruagem a "vigiar" os passageiros". "Não houve ameaças e os passageiros na sua maioria mantiveram-se calmos, não se apercebendo das comunicações entre eles se seriam ou não portugueses, tendo um deles uma câmara de vídeo GoPro presa na cabeça", observou, ao recordar que sentia-se apenas no interior das carruagens um intenso cheiro a tinta de spray. Poucos minutos depois desta "invasão" os indivíduos puseram-se em fuga.


Face a este incidente, os funcionários da CP alertaram a GNR que mobilizou meios para o local, desconhecendo-se até ao momento quais as diligências efectuadas. Uma fonte policial considerou que o incidente não passou de uma "brincadeira".


No entanto, ao que conseguimos apurar, o grupo tinha chegado ao apeadeiro de Nespereira no comboio oriundo do Porto que antecedeu aquele que foi invadido.


O Grupo Santiago procurou obter esclarecimentos sobre o sucedido junto da CP. O Departamento de Comunicação daquela empresa adiantou que está a proceder à recolha de informações para apurar o que efectivamente aconteceu, garantindo que fará o devido esclarecimento mais tarde.

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