REMATADA Foi um bom dia para a Bom Dia


Correu bem o leilão da Empresa Fábrica de Felpos Viúva de Carlos Silva Areias, Felpos Bom Dia quye decorreu esta tarde no lotado auditório Francisco Ferreira no edifício da Câmara de Vizela.
Desde o leilão do património das Sedas Vizela que está cidade não registava um leilão tão empolgante e rápido. Um triatlo.

O património da Bom Dia foi disputado por um português, um espanhol e um alemão. O leilão demorou cerca de 15 minutos. O empresário José Silva, do ramo têxtil e imobiliário da empresa ORCAMA, de Ronfe-Guimarães (antigo administrador da Luís Correia 2, cuja atividade da ORCAMA é fabrico e acabamento de têxteis, comércio geral por grosso de grande variedade de produtos, nomeadamente têxteis, comércio de veículos automóveis, comércio de máquinas têxteis, atividades e promoção imobiliária, compra e venda e revenda de imóveis adquiridos para esse fim, construção e reconstrução de imóveis e arrendamento de bens imobiliários, fabrico e acabamento de calçado, importação e exportação, lê-se na página Racius). rematou por 3 milhões e 150 mil euros. Tudo: edifício, viaturas, máquinas, a marca da empresa, etc.


O leilão começou precisamente por aí, por incluir todo o património (edificio+recheio) e quase não fosse rematado desta forma seria vendido parcialmente. Não foi necessário. O administrador da ORCAMA fez soar as três pancadas do martelo perante a desistência dos dois licitadores estrangeiros. Um destes interessados estrangeiro ainda tentou rematar o leilão por 3 milhões e 100 mil euros, todavia a última oferta de José Silva (mais 50 mil) rematou a questão: 3.150.000 euros.

Joaquim Peixoto trabalhador


Joaquim Peixoto, trabalhador da empresa há 40 anos, transmitiu ao ddV o seu sentimento, que diz ter certeza é o de todos os trabalhadores: «Estávamos com receio que não surgisse ninguém a oferecer o valor de base (2 milhões 529 mil e 141 euros) e se tal não acontecesse o próximo leilão já seria por valores mais baixos, embora eu sempre tivesse a esperança que chegasse aos 5 milhões pois via muitas pessoas interessadas, todavia o valor-base foi superado e estamos em crer que seremos ressarcidos do que temos direito pelos anos de entrega àquela empresa que muita pena nos fez ver a fechar».

Este trabalhador diz ter abordado José Silva no final do leilão a quem perguntou que futuro perspetivava para a empresa ou o que resta dela, se iris por aquilo a trabalhar: «Respondeu-me que ainda não sabe o que vai fazer: a tinturaria e a tecelagem não eram para trabalhar porque estava tudo obsoleto e que poderia aproveitar a confeção, mas que não tinha ainda decidido nada. Uma colega minha perguntou-lhe se a fábrica vai mudar ou continuar e ele a rir e a brincar disse que a fábrica não ir mudar porque estava presa ao chão. Depois voltou a reafirmar que ainda vão analisar bem a compra e o destino que irão dar a todo o património, que para já ainda não decidiram o que vão fazer ali.»

Os maiores credores da empresa são os trabalhadores, a segurança social, a luz e o gás.

O acordo firmado entre os trabalhadores garante-lhe 30 dias de salário por cada ano de trabalho na empresa. Inicialmente os trabalhadores recusaram receber os propostos 12 dias por cada ano de trabalho, impugnaram as negociações e na quarta feira foi reconhecido o seu direito aos 30 dias por cada ano de laboração em reunião de reconciliação das partes ante o juiz do tribunal de Guimarães.

Seja como for, os trabalhadores consideram que este dia foi bom para a bom dia. Agora, o futuro a José Silva pertence!


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