Entre as 17h00 da última sexta-feira e as 04h30 de sábado, realizou-se em Guimarães um exercício com o objetivo de testar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil.
O Serviço Municipal de Proteção Civil de Guimarães, em articulação com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil através do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Ave, e em parceria com o Hospital de Guimarães – ULS do Alto Ave, realizou o Exercício de Proteção Civil de natureza Live Exercise (LIVEX) e Command Post Exercises (CPX), denominado “GuimaraEx 2024”, nos dias 01 e 02 de março de 2024.
Este exercício procurou testar e exercitar a resposta operacional estabelecida no Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Guimarães, em articulação com o Plano de Emergência Externo do Hospital de Guimarães – ULS Alto Ave, face a um quadro de condições meteorológicas adversas severas, que foram o mote para os acontecimentos simulados e despoletaram as intervenções dos agentes de proteção civil.
O exercício começou com um suposto agravamento do Estado de Alerta Especial (EAE) para o Dispositivo Integrado de Operações de Proteção e Socorro (DIOPS) e a emissão de um Comunicado Técnico Operacional (CTO) de nível vermelho, face à previsão de agravamento das condições meteorológicas, tendo a Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) de Guimarães, após a realização de uma reunião extraordinária presidida por Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, decidido decretar a emissão do Estado de Alerta, para todo o território do Município, e ativar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil.
Primeira ocorrência simulada do exercício: Caldelas
O exercício começou com a simulação de um uma colisão entre um veículo ligeiro de passageiros e um motociclo, provocando a queda do motociclo no Rio Ave e o despiste do veículo ligeiro para um terreno adjacente à EN101, em Caldelas. Na sequência do acidente, resultaram seis vítimas: uma mortal, uma gravemente ferida e quatro feridos ligeiros, tendo sido mobilizados 48 operacionais e 20 veículos das diversas entidades participantes.
Sofia Ferreira, vereadora com o Pelouro da Proteção Civil, deslocou-se ao Teatro de Operações, onde teve oportunidade de fazer um ponto de situação do exercício. “É muito importante que toda esta operação permita que todos os Agentes de Proteção Civil possam testar os seus procedimentos e verificar a necessidade de introduzir melhorias”, afirmou a vereadora em declarações à imprensa presente no local. “Estes exercícios são muito importantes para que nos possamos realmente preparar para uma eventualidade de este tipo de ocorrências se concretizarem”, permitindo que todos estes agentes possam colaborar entre si, de forma a otimizarem os procedimentos entre si, concluiu Sofia Ferreira.
Segunda ocorrência simulada do exercício: Urgeses
A segunda ocorrência simulada surge em consequência da forte precipitação verificada no município de Guimarães, em Covas - Guimarães, onde um veículo ligeiro de passageiros se despista, ficando imobilizado na linha ferroviária de Guimarães, junto ao apeadeiro de Covas. Devido à fraca visibilidade, uma composição dos Comboios de Portugal (CP), que circula no sentido Vizela – Guimarães, embate no veículo que se encontrava imobilizado na linha ferroviária.
Na sequência deste acidente resultam 25 vítimas: três mortais, duas feridos graves, seis feridos ligeiros e catorze feridos assistidos. Após a triagem às vítimas efetuada pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), estas são encaminhadas para o Hospital de Guimarães – ULS Alto Ave, que ativa o PEE. Para este exercício foram mobilizados 63 operacionais e de 24 veículos das diversas entidades participantes.
Sessão de Encerramento do Exercício
O exercício terminou no auditório do Hospital Nossa Senhora de Oliveira, onde Sofia Ferreira, fez um balanço muito positivo sobre o impacto do exercício que envolveu 44 meios e 111 operacionais na coordenação dos Serviços de Proteção Civil, destacando “a prontidão de todos os agentes, incluindo as juntas de freguesia, e a coordenação entre as várias instituições”, permitindo testar o Plano de Emergência, “e analisar o que foi feito, de forma a conseguirmos melhorá-lo e dar uma resposta mais ágil e eficaz” em contextos de crise. “Temos que garantir a segurança de todas as pessoas e bens” no concelho de Guimarães, concluiu Sofia Ferreira.
Pedro Cunha, Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Ave reconheceu a importância deste exercício para o corpo médico do Hospital, que permitiu identificar pontos de melhoria no atendimento a emergências desta dimensão.
O Comandante Sub-regional da ANEPC, Rui Costa, agradeceu a todos os presentes e a todos os que participaram neste exercício, destacando a coordenação entre as diversas entidades.
No final do exercício, a equipa de avaliadores, constituída por representantes da ANEPC, SMPC de Guimarães, SMPC dos municípios da CIM Ave, Hospital de Guimarães - ULS Alto Ave e demais entidades convidadas/designadas pela Câmara Municipal de Guimarães, irá elaborar um relatório de avaliação de forma a avaliar o desempenho das operações e a permitir detetar pontos de melhoria.
O desenvolvimento do exercício foi conduzido com a participação das entidades: Associação Escoteiros de Portugal; Associações Humanitárias de Bombeiros; Centro Operacional do Norte 112.PT; Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Norte; Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Ave; Comboios de Portugal; Corpo Nacional de Escutas; Corpos de Bombeiros de Guimarães, Caldas das Taipas, Vizela, Riba e Ave e Fafe; Cruz Vermelha Portuguesa de Guimarães; E-Redes; Guarda Nacional Republicana; Hospital de Guimarães – ULS Alto Ave; Infraestruturas de Portugal; Instituto Nacional de Emergência Médica; Juntas de Freguesia de Caldelas e Urgezes; Polícia de Segurança Pública; Polícia Municipal de Guimarães; SMPC de Guimarães.