Com a descida de divisão sinto que irá falar-se menos da cidade nos media, do ponto de vista económico terá menos expressão e no aspeto identitário não terá o mesmo significado


Victor Hugo Salgado concedeu uma entrevista ao jornal desportivo Record onde abordou, com tristeza, o que pode advir da despromoção desportiva da principal equipa do FC Vizela. O presidente da Câmara é de opinião que o insucesso pertence ao treinador Rubén de la Barrera em primeiro lugar e depois à SAD "que nunca devia ter deixado sair Álvaro Pacheco".



TEXTO RECORD 

A despromoção do Vizela ao segundo escalão do futebol português, confirmada na sexta-feira, após derrota por 1-0 em Moreira de Cónegos deixa, naturalmente, triste o líder da autarquia vizelense que, em declarações a Record, revela os motivos da sua "tristeza".

 "Em primeiro lugar, porque somos um concelho jovem [tem pouco mais de 26 anos]. 0 facto de termos um clube na Liga Betclic reforça aquilo que é a nossa identidade e as raízes de um povo bairrista. Em segundo, porque, na realidade é importante do ponto de vista da economia local, para o comércio e a restauração, designadamente. Por último, porque, para além da relevância desportiva, dá notoriedade ao concelho de Vizela", enumera Victor Hugo Salgado, o presidente da Câmara Municipal de Vizela, explicando um pouco melhor o seu ponto de vista.

"Sinto que irá falar-se menos da cidade nos media, do ponto de vista económico terá menos expressão e no aspeto identitário não terá o mesmo significado", clarifica Salgado, recusando entrar em conflito com a vizinha cidade de Guimarães, onde o Vitória tem realizado uma excelente temporada, em termos desportivos. "As divergências entre Guimarães e Vizela já há muito foram ultrapassadas e eu, enquanto autarca, defendo que o melhor para esta região [Minho] é manter aquilo que tem sido uma presença expressiva de clubes" no principal escalão do futebol português.

Quanto à descida do Vizela à II Liga, Victor Hugo Salgado não hesita em apontar o dedo à administração da SAD vizelense. "O maior responsável pela descida do FC Vizela foi o treinador [Rubén de la Barrera] e, por sua vez, quem o colocou e não o retirou, pelo menos, na altura certa", argumenta o advogado, antigo adjunto do ministro Vieira da Silva, no ministério da Economia, Inovação e Desenvolvimento. 

E quando teria sido o momento certo para afastar o técnico espanhol? - questiona Record.


"Na altura em que ainda era possível fazer algo para lutar pela permanência", assume Salgado, apontando os olhos para o futuro, no qual, naturalmente, o emblema vizelense procurá regressar à Liga Betclic. 

O líder da autarquia sente toda a população envolvida. "Sinto que por parte dos adeptos, dos simpatizantes e dos vizelenses existe uma enorme vontade de regressar à 1.ª Liga, até porque o Vizela soube estar sempre à altura de um clube de 1.ª Liga", argumenta, deixando um exemplo: "Somos dos clubes do escalão principal que mais sócios e adetos temos levado aos estádios, quer em casa quer fora."

Posto isto, o que é que terá que mudar para que o futuro se torne mais risonho. O autarca eleito pelo Partido Socialista não tem dúvidas. "O que tem que mudar é toda a filosofia que está subjacente à ação desta SAD, desde que assumiu funções", defende o presidente da Câmara Municipal de Vizela, que, convidado a concretizar, aponta apenas um exemplo: "Ter mandado embora Álvaro Pacheco terá sido o primeiro grande erro desta administração."

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