«A um amor desconhecido»

(The closest the nearest thing to crazy - Se acreditas no amor à primeira vista nunca pares de olhar...). POR VITOR PAIS

Tu, luz da minha vida, que aqueces os meus dias, que acendes e iluminas as minhas noites, como um sol... Quantas vezes eu pensei ligar-te e dizer que o meu amor por ti nada mudou. Mas, o meu silêncio (a minha teimosia, o meu orgulho) foi maior. E, na distância desse amor, eu morro, fico só, sem ti aqui... Pudera eu ser quem tu queres, quisera eu ser quem tu pedes. Quisera, pudera... e como eu queria, tanto que até faz doer.

A imagem ainda perdura no âmago da memória. Adereço fascinante de um amor perdido. Primeiro fora cedo... depois, viera a solidão. Noites e dias, semanas e meses a fio tentando esquecer, deslembrar, olvidar aquele pedaço de céu. Recordo ainda como tudo começou. Numa tarde de Outuno, como por acaso, como dois comboios que se cruzam sem parar. O teu olhar trespassara o meu e logo ali, fiquei ferido, frechado para sempre...

Um suave enleio, um impensado encanto, um raio de luz que, após longas noites escuras de nevoeiro cerrado, num coração abandonado, começara a brilhar... a raiar como se fora uma manhã resplandecente de Maio. E no entanto era Outubro. Vi-te e depois apaixonei-me. O teu olhar era demais para mim, o teu sorriso era tão sem mácula. Tão linda, tão bela, tão bonita por dentro e por fora.

Agora é o momento de te recordar, lembrar. Viver no tempo a nossa descoberta. A vida passa, esvai-se, dilui-se, devagar. Mas, deixa ficar, quiçá - quem sabe - uma porta aberta. Sim é verdade, ainda não esqueci de me esquecer de Ti. Nunca te irei afastar do meu pensamento. Sei que vou te amar por toda a minha vida. E, viverás para sempre comigo, embora eu saiba que só os tolos sonham com aquilo que não podem ter...

Um beijo

Vitor Pais - Vizela

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