ARMINDO FREITAS RIBEIRO FARIA


“Mandou construir o Castelo do Mourisco ”.

Dr. Armindo Freitas Ribeiro Faria, empresário empenhado, nos últimos anos da Monarquia, pela restauração do concelho de Vizela, terá gastado a sua fortuna pessoal na construção deste edifício, em 1905, destinando-o aos Paços do Concelho segundo crónica de Francisco Armindo Pereira da Costa no seu livro Ad Perpetuam.

Em 1905 solicitou ao rei D. Carlos a organização do Município de Vizela.
Vizelense de grande bairrismo gastou toda a sua fortuna pessoal na construção de um edifício denominado Castelo do Mourisco destinado aos Paços de Concelho (sede da Câmara).

O nome de Armindo Faria está ligado à toponímia da cidade.

- Armindo de Freitas Ribeiro de Faria, vizelense que mandou foi Governador Civil de Braga durante um mês de 20.05.1921 a 20.06.1921.

- Foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vizela entre Junho de 1918 a Dezembro de 1927.













TEXTO DE JÚLIO CÉSAR FERREIRA CEDIDO AO DDV em 7 de junho de 2020

Rua Dr. Armindo Freitas Ribeiro de Faria


Armindo Freitas Ribeiro de Faria, foi uma dessas personalidades e nasceu na Freguesia de S. João das Caldas no dia 6 de Março de 1866, filho de Joaquim Freitas Ribeiro Faria, de profissão negociante e de sua mulher Ana Emília Gonçalves de Freitas.

Neto paterno de Francisco de Freitas e de Maria Ribeiro de Freitas e materno de Bento Gonçalves Vieira e Ana de Freitas, segundo podemos ver no seu assento de batismo realizado a 7 de Março de 1866, assinado pelo Abade António José Félix Gomes.



Filho de gente abastada para a época, terminados os estudos primários e liceais, foi estudar medicina para Coimbra.
Em 1890, com 24 anos somente, apresentou a sua tese de licenciatura, na Escola Médico - Cirúrgica do Porto, com a já celebre Dissertação Inaugural " Vizela e as suas Minerais".

Possuo um exemplar desta magnifica obra e fico fascinado com as dedicatórias, mencionadas na obra, não só aos seus pais e irmãos e outros familiares, mas aos diversos lentes da Escola Médica do Porto, nomeadamente ao seu Director Conselheiro Manuel Maria da Costa Leite (Visconde de Oliveira) e a todo o Corpo Catedrático.
Consultando Júlio Damas (pseudónimo do ilustre Professor Francisco Armindo Pereira da Costa) - Ad Perpetuam, 1965 - pag. 62, lemos:
3o Pedido

"O Ilustre Médico e Bairrista Vizelense 

Dr. Armindo de Freitas Ribeiro de Faria, e ainda outros Vizelenses, firmados em promessas de políticos amigos seus, esboçaram o 3.° pedido de independência em 1905.
Fora imposta a construção da futura sede do novel concelho.
Deste modo o Dr. Armindo de Freitas Ribeiro de Faria, comprometendo a sua fortuna pessoal, mandou construir o edifício que serviria de Paços do Concelho, o Castelo do


Mourisco, como o vulgo ainda hoje o conhece. Ficou concluído em 1906 e tem, ainda hoje,
capacidade suficiente para abrigar todas as repartições necessárias a uma Câmara,
Fazenda, Tribunal, Polícia, etc.
Nos baixos do mesmo edifício ficariam instalados depósitos, garagens, armazéns,
habitações, etc.
Custou essa construção ao preclaro vizelense 60 contos ouro, e, na parte superior 1º andar e 2º e 3.° andares do torreão, está actualmente instalado o Externato de Vizela".
Na obra citada, Júlio Damas, diz - nos que este edifício foi construído para ser sede do concelho e que a sua construção tivera inicio em 1905. Li e consultei diversa documentação sobre este "Castelo" e vi algumas reticências acerca do tempo de construção, (somente um ano) o que, de facto, me parece manifestamente pouco tempo, para construção de obra tão imponente.
Diz - nos ainda, Júlio Damas, que em 1905 foi feito o 3º pedido para elevação de Vizela a Concelho.

Aqui permito - me fazer uma correção ao distinto professor: Em 1905, não foi feito o terceiro pedido como afirma no seu Ad Perpetuam, mas sim o 4º, dado que o 1º, não foi em 1869 como aponta na obra citada, mas sim em 1852, segundo um precioso documento que adquiri recentemente, assinado por ilustres vizelenses da época e pelos responsáveis das 19 freguesias que fariam parte.

É um documento manuscrito composto de 19 páginas, com um mapa desenhado à mão com a indicação de todas as freguesias, suas confrontações e limites, de inegável valor para a história de Vizela e que vem repor alguma verdade, principalmente no que concerne ao elevado numero de vezes, com que os vizelenses, principalmente no século dezanove e século vinte, exigiram dos poderes vigentes, atenções e reparações não só pelo seu desejo de emancipação, mas também como denúncia, pelo desleixo e incúria como sempre foram tratados por quem geria o concelho a que pertenciam e que todos os documentos da época nos ilustram.

Porém, numa memória descritiva daquele espaço, feito pela CMV, aponta-nos não aquela data, mas sim, muito provavelmente, a data de 1898.

Teria então o Dr. Armindo Freitas Ribeiro de Faria, somente 32 anos e não me parece crível que - aquela data - tivesse "gasto toda a sua fortuna", como mais uma vez nos diz Júlio Damas, a não ser que essa fortuna fosse cedida por sua pai, Joaquim.
Como dar nomes a ruas é o meio mais utilizado através do qual se homenageiam e perpetuam personalidades, gostaria que o banal Armindo Freitas, nome da Rua que vai desde a Rotunda dos Lions, (como podemos ver numa insignificante placa "pendurada" numa das paredes laterais do "castelo" embora aqui, agora, um pequeno beco, sem jeito e préstimo) até à Rua de S. Paulo, passando pela Rua da Taipa e Rua dos Casais, depois de passar sobre o túnel da Circular Urbana de Vizela, tivesse um nome digno do seu patrono: Dr. Armindo Freitas Ribeiro de Faria.
Penso que ficaria muito melhor se esta rua, atendendo ao reparo atrás, tivesse inicio somente na Rua Comendador Joaquim de Sousa Oliveira. JC






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