Médico do Hospital de Riba D'Ave explica-se



Em comunicado de imprensa chegado à nossa redação, o Hospital Narciso Ferreira da Santa Casa da Misericórdia de Riba D'Ave esclarece sobre polémica das vacinas levantadas por alguns órgãos de informação caso do Correio da Manhã que escreveu no título: «Administrador de hospital vacina filha e mulher contra Covid-19. Antigo candidato autárquico pelo PSD inseriu a filha, médica noutro hospital, para ser vacinada e mentiu sobre a profissão da mulher».


Salazar Coimbra, o médico visado, responde:


"No seguimento das notícias trazidas a público nas últimas horas por diversos órgãos de comunicação social relativamente ao processo de vacinação levado a cabo pelo Hospital Narciso Ferreira da Santa Casa da Misericórdia de Riba de Ave, vêm pelo presente esclarecer que: 

 1 – O Dr. Salazar Coimbra, além de administrador é o Director Clinico da Instituição, razão pela qual foi vacinado. 

2 - A esposa do Administrador - irmã da Misericórdia com experiência em voluntariado, levada a cabo nos últimos 10 anos na ala de transplantes de medula no IPO - ofereceu-se para reforçar e participar no auxílio a doentes covid no respectivo departamento que se encontra em funcionamento no Hospital Narciso Ferreira. Iniciará esta colaboração logo que seja a vacina produza o efeito. A equipa aí destacada encontra-se na linha da frente na prestação de cuidados a doentes afetados pela pandemia, motivo pelo qual foi a mesma vacinada num processo de total transparência comprovado pela inclusão do respectivo nome na lista de profissionais abrangidos. Contudo, a errónea referência e identificação como “médica” apenas concerne a um mero lapso dos serviços administrativos, o qual poderá ter sido motivado por mero desconhecimento, em nada contendendo com o processo em causa. 

 3 – Por sua vez, a filha do Administrador – também ela irmã da Misericórdia com quem colabora recorrentemente - é médica e disponibilizou-se de forma altruísta para reforçar a unidade de doentes covid do Hospital Narciso Ferreira em virtude da extrema necessidade de profissionais capazes de permitir uma resposta urgente ao elevado número de doentes na unidade. Iniciará esta colaboração logo que seja a vacina produza o efeito. O HNF tinha e tem necessidade de profissionais que cubram todas as carências no actual cenário pandémico, motivo pelo qual aceitou a disponibilidade da profissional em causa, integrando-a no quadro de médicos para a Unidade Covid na linha da frente, motivo pelo qual foi a mesma vacinada num processo de total transparência comprovado pela inclusão do respectivo nome na lista de profissionais abrangidos. 

4 – No que respeita aos trabalhadores que exercem funções de motorista e portaria, estão incluídos na lista de trabalhadores das alas de tratamento COVID, encontrando-se nas prioridades indicadas pelo Ministério da Saúde. 

5 – Ao contrário da informação falsa que circula, todos os enfermeiros da ala COVID, urgência, gastreontologia, anestesia, pneumologia, otorrino e bloco operatório todos foram vacinados. Apenas os enfermeiros que prestam serviço nos cuidados continuados não foram vacinados logo de imediato, em resultado de um surto de que foram alvo. Na semana passada foram também estes todos vacinados. Em suma, estão todos os enfermeiros vacinados. 

 6 – Por fim, resta acrescentar que a instituição em face do progressivo aumento de casos, teve naturalmente de contratar novos profissionais (o que tem sido de extrema dificuldade) e como ditam as boa regras de gestão, incluiu os futuros profissionais no plano de vacinação. Neste momento registam-se 72 utentes com covid, prevendo-se um aumento nas próximas semanas. A instituição na próxima quinta-feira, atingirá os 92 utentes. Não existe, assim, qualquer fraude no processo de vacinação. Aliás, sempre se diga que outros familiares de outros trabalhadores que colaboram com a instituição foram igualmente vacinados. O Hospital Narciso Ferreira, na pessoa de todos aqueles quanto aí laboram, tem feito um esforço sobre-humano para apoiar o SNS, procedendo à abertura de camas de retaguarda para doentes COVID-19 dos Hospitais do SNS. Não obstante, não pode ignorar que a evolução desfavorável de processo judicial promovida por alguns trabalhadores possa estar na origem das falsas informações postas a circular num acto de desrespeito com a instituição. O Provedor da Santa Casa tem acompanhado de perto todo este processo, razão pela qual expressa a sua solidariedade e confiança em todas as medidas adoptadas, regozijando-se ainda pela disponibilidade de todas as irmãs e irmãos que se têm voluntariado para colaborar no combate a esta pandemia. 

 01 de Fevereiro de 2021 Salazar Coimbra


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