Daniel Sampaio sobreviveu à Covid e escreveu um livro

 Domingos Bragança, Presidente da Câmara, esteve presente na apresentação de “Covid-19, Relato de um sobrevivente”, na Biblioteca Municipal Raul Brandão Ao início da noite desta sexta-feira, 29 de outubro, a Biblioteca Raul Brandão recebeu o médico psiquiatra e escritor Daniel Sampaio, a sua família e o seu editor, Zeferino Coelho, da Caminho, para a apresentação de um livro completamente diferente de tudo o que Daniel Sampaio publicou até à data. “Covid-19, Relato de um sobrevivente” conta, tão fielmente quanto possível, a experiência de 50 dias de internamento a que o conhecido psiquiatra foi obrigado, após ter contraído o vírus da Covid-19. 

 Na sua intervenção, Domingos Bragança, Presidente da Câmara, disse, ser sempre uma honra para Guimarães receber Daniel Sampaio, distinto médico, professor e escritor, com raízes familiares em Guimarães, pelo facto de seu pai, Arnaldo Sampaio, médico de referência histórica, na saúde pública, ter sido um ilustre Vimaranense. 

Referindo-se ao livro agora publicado, Domingos Bragança adjetivou-o de “comovente” e “um testemunho de uma vivência dramática, de grande sofrimento e confinamento”. O Edil lembrou, a propósito da temática, a experiência que nunca esquecerá de ter sido Presidente da Câmara neste tempo de pandemia, reiterando a admiração por todos os profissionais de saúde, prestadores de serviços e cuidados básicos e voluntários, bem como por todos quantos sofreram com esta pandemia. O editor, Zeferino Coelho, da Caminho, começou por referir que o livro que Daniel Sampaio escreveu é diferente de todos os outros que publicou, durante os trinta anos em que tem vindo a ser seu editor. 

“Sendo Daniel Sampaio especialista em psiquiatria infantil e relações familiares entre pais e filhos, é inédito que neste livro fale de si próprio e da sua experiência enquanto doente. Há meio ano, ele estava entre a vida e a morte e hoje está aqui. Esta é uma história de sucesso”, disse. 

Numa conversa emotiva entre Zeferino Coelho e Daniel Sampaio, ficou-se a conhecer um pouco da experiência que se adivinhava de angústia e sofrimento, num testemunho em primeira pessoa. Daniel Sampaio evocou o seu pai, Arnaldo Sampaio, e o seu irmão, Jorge Sampaio, que, em 1995, deu início à sua campanha como candidato a Presidente da República em Guimarães. Em seguida, falou dos momentos que passou no hospital, dizendo que nunca se sentiu médico. 

“Só me apercebia da minha condição de médico nos momentos em que havia conversas que revelavam alguns dados que me eram familiares”, disse. Daniel Sampaio deu a conhecer as duas razões que o levaram a escrever a obra: alertar para a gravidade da doença e dar voz aos doentes. “O livro é um alerta de um cidadão que adoeceu e que felizmente superou. 

Esta foi uma experiência de solidão e intensa preocupação, que me permitiu conhecer a minha capacidade de resistência”, referiu. Visivelmente emocionado, Daniel Sampaio disse que “pensar na família foi muito importante para sobreviver”. “A doença ainda continua”, concluiu.

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