Paco Bandeira + banda vizelense em concerto memorável

(Vídeo) Paco Bandeira, 77 anos, um dos mais consagrados cantautores portugueses, chamou inúmero público ontem à marginal Ribeirinha de Vizela para o ouvir cantar, pela primeira vez, acompanhado pela banda da Sociedade Filarmónica Vizelense dirigida pelo maestro José Manuel Marques. 

O numeroso público não arredou pé e no final pediu bis com o cantor alentejano, que se tornou conhecido com o tema A Minha Cidade- Ó Elvas Badajoz à Vista,  a repetir a Chula da Livração com que abriu o concerto depois de ter dito que era com grande prazer que vinha a Vizela cantar pela "quarta vez".

Quando o cantor disse que estava à porta dos 80 anos, alguém do público atirou que nessa altura ele volta a Vizela ao que Paco respondeu com humor: "Se vocês se portarem mal eu venho".
Inacreditavelmente, a voz de Paco Bandeira mantém a mesma sonoridade dos seus famosos 20 anos quando na guerra colonial, ao lado de velhos amigos (na sua primeira atuação em Vizela dedicou uma canção ao Vizelense Vicente Santos Neto seu camarada na vida militar), compôs o sentimental tema Lá Longe Onde o Sol Castiga Mais. 

UM CONCERTO POR ANO
Paco reconheceu que estava a cantar com "cagaço" medo e que algumas falhas de sincronização, que de facto houve (teve apenas um ensaio com a banda), era da sua falta de rotina com os espetáculos em palco e não da "maravilhosa banda que me acompanha. Antigamente fazia 20 ou mais concertos por mês, mas desde que as televisões como a RTP e as rádios como a RDP, às quais  nós  pagamos  uma taxa na fatura da eletricidade,  meteram as minhas canções na gaveta, um autêntico boicote, faço um concerto de ano a ano. Mas eu gosto de ser como sou, defender os oprimidos, estar do lado do Povo e é por isso que eu vivo" (título de uma das suas canções). 



TERNURA DOS 80
Paco cantou onze temas acompanhado pela banda da Sociedade Filarmónica Vizelense (e que agradável foi de ouvir, como reconheceu o Presidente da Câmara Municipal de Vizela em palco, Victor Hugo Salgado acompanhado por José Armando Branco Presidente da Filarmónica) e quatro canções com os dois músicos que trouxe consigo (acordeão e bandolim), entre ela Um Livro Chamado Inês. 
Mantendo-se igual a si próprio, Paco Bandeira, antes de interpretar Mari Lúcia Era a Moça Mais Bonita das Ciganas, fez a defesa da etnia cigana, realçando que os ciganos fazem algumas pequenas aldrabices mas nunca ninguém viu um cigano banqueiro, primeiro ministro daqueles que aprendem na Universidade a roubar.
O público (grande parte em idade para cima da ternura dos 40 e conhecedor do reportório do cantor elvense) cantou e bateu palmas ao ritmo das canções mais populares fazendo juz ao certame que ali teve lugar: Vizela em Festa.

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