Joa­quim Ribeiro o novo homem forte do FC Vizela SAD


Joaquim Ribeiro está há algum tempo a trabalhar no terreno em prol da SAD do FC Vizela havendo mesmo quem afiance que lhe coube já as mais recentes contratações de joga­do­res. A saída oficial de Diogo Godinho, que amigavelmente renunciou ao seu cargo de administrador da SAD após conhecida a proposta do novo investidor malaio, ocorre a 15 de Setembro, porém, facilitando a transição, foi dada carta branca a Joaquim Ribeiro. 

Substituição aos 6 anos de FCV SAD

sai Godinho e entra Ribeiro, 

sai a empresa SECA da China 

e entra a F. KARPIA da Malásia.

Esteve, na primeira jornada do presente campeonato, já esteve em Vila do Conde a assistir à vitória do seu novo clube frente ao Rio Ave (0-1).

No jogo seguinte (Vizela-Porto), Joaquim Ribeiro marcou presença no camarote presidencial em Vizela, onde lhe foram apresentadas diversas figuras oficiais como o Presidente da Câmara, Victor Hugo Salgado. Porém foi Diogo Godinho que anfitriou, como lhe competia, no camarote onde esteve sentado do lado direito de Pinto da Costa. 

Antes do início do jogo, em declarações à Sport TV, Godinho anunciou que estava de saída e iria dedicar tempo à sua família e ao seu trabalho de advogado, mas deixando a porta entreaberta para um regresso ao futebol e, 'quem sabe, a Vizela de onde levo recordações fantásticas deste clube e desta gente' - disse.

HOMEM DO FUTEBOL 

Joaquim Ribeiro é um homem entrosado no futebol: dispôs de uma escola de captação de jogadores em África; em maio foi apresentado como administrador da SAD do Santa Clara dos Açores e desenvolveu também atividade como empresário de joga­do­res e treinadores através da empresa Foot­co­nect entre outras tarefas ligadas ao desporto-rei. 

No Santa Clara, Joaquim Ribeiro foi indicado administrador da SAD por Glen Lau, empre­sá­rio de Sin­ga­pura-Malásia que detinha 48,6% das ações naquele clube açoriano. Em Vizela irá administrar, caso presida, os 80 por cento das acções da F. KARPIA.

As assembleias da SAD vizelense, contam com três representantes dos investidor, e dois do clube, nos casos os presidentes Eduardo Guimarães e José Borges. 

CONFIANÇA 

O presidente do FC Vizela, Eduardo Guimarães, referindo-se na última assembleia a Joaquim Ribeiro, mas sem citar o seu nome, antes designando-o como "intermediário que eu conheço bem", referiu que era um homem sério e da sua confiança.

O presidente da Assembleia do Futebol Clube de Vizela, José Borges, que já teve dois encontros nos camarotes com Joaquim Ribeiro identifica-o como homem popular e simpático, acreditando também no seu sucesso à frente da SAD "como aconteceu com Diogo Godinho" - referiu ao ddV.

PONTA DE LANÇA 

Até final de agosto, o mercado de transferência de joga­do­res continua em aberto devendo passar por Joaquim Ribeiro a colmatação das hipotéticas lacunas do plantel (de que tem falado Álvaro Pacheco), nomeadamente a contratação de um ponta de lança, não obstante o golo magistral do extremo Zhoi, no sábado em Chaves, ter resfriado vozes mais críticas dos adeptos sobre o preenchimento do lugar de ponta de lança.

Desconhece-se ainda quais os outros dois nomes que, juntamente com o administrador Joaquim Ribeiro, constituirão o trio representante do investidor podendo, no caso, até ser o próprio empresário malaio.

TAREFAS

Joaquim Ribeiro terá a tarefa de procurar a manutenção do FC Vizela na I Liga; vai gerir ainda as equipas de sub-23 e juniores, possivelmente de fazer algumas alterações no quadro de pessoal e, claro, rentabilizar a SAD porque sem lucros ninguém anda.

É só fazer as contas dos investimentos que a SECA fez em Vizela, a carga salarial e outras despesas correntes para perceber que os lucros foram irrisórios, ou por-des-ventura, nenhuns. 

Sendo a venda de atletas ou treinadores o S. Miguel (patrono das colheitas), não consta que a SAD do FC Vizela tenha transacionado algum por um valor de peso?

Como diria o Guterres: "É só fazer as contas".

FITA ATRÁS 

O facto de ter sido marcada com urgência a assembleia geral extraordinária do Futebol Clube de Vizela a 12 deste mês e aprovada na mesma a ata em minuta, conferindo o documento à SECA pleno poder para vender o total das suas acções, foi sinónimo da necessidade de uma transição oficial rápida que não obstasse ao novo investidor e neste caso a Joaquim Ribeiro o complemento, as contratações, do novo plantel. 

SAIDA EM PÉS DE LÃ

A saída da SECA foi atempadamente preparada.

A empresa de Edmund Shu, que aos olhos dos vizelenses sai, sem qualquer dúvida, pela porta grande, tendo sido inclusive elogiada na última assembleia do Clube, coube-lhe encontrar um novo investidor (os valores da transação não são do domínio público).

NOBREZA

A transição de investidor foi uma tarefa nobre (reconhece a voz popular), se considerarmos o que se passou noutros clubes, como exemplo funesto, o vizinho Desportivo das Aves onde há cerca de 15 dias a administradora judicial da SAD colocou em leilão a Taça de Portugal conquistado em 2017/2018, frente ao Sporting, por 2-1, no Estádio do Jamor.

Os sócios do FC Vizela foram percebendo na pré época que algo de anormal se passava, que vinhal sol forte ou trovoada a caminho, não chuva que terminasse com a SECA. Estava o segredo guardado a sete chaves.

As contratações de novos jogadores (sem contar os jovens da sementeira) não chegavam ao ritmo de outras épocas e os sócios mais pessimistas começaram a antever o pior. Por outro lado era notória preocupação em alguns profissionais que também desconheciam quem e o quê estava para vir. Hoje tudo tranquilo. 

Outro dos sinais duma hipotética mudança foi a ausência dos principais rostos da SAD na apresentação dos planteis sénior e de sub-23, que teve lugar no dia 30 de junho no jardim Manuel Faria.

Só mesmo quem andava a comer muito sono é que não estranhou (e não perguntou) a ausência dos principais rostos da SAD no denominado Warm estando inclusive ali ao lado do palco de cachecol pelo pescoço o poder político em peso amparado apenas pelos presidentes do Clube.

APRESENTAÇÃO 

A apresentação da nova época foi tépida, não teve um discurso de arranque da temporada, uma palavra de circunstância, um incentivo aos adeptos e atletas. 

Foi mais um sinal. "O que vos vamos dizer se vamos sair e vocês não devem saber...para já"?

Edmund Shu presenciou alguns jogos da II Liga mas no escalão principal quem o viu? O simpático e afável investidor viu todos os jogos à distância. Sinal do desprendimento que estava na forja?

Algo vinha a caminho, o quarto segredo, que a grande maioria dos sócios só descobriu no tempo certo, passava afinal, pela mudança de testemunho. Trabalhou bem quem esteve no terreno. O segredo é a alma do negócio, seja negócio da China ou de outra parte qualquer.

A SECA sai, como se disse, pela porta grande, um novo investidor chega. Que seja bem vindo e tenha sucesso na prossecução dos sucessos das últimas seis épocas. 

Usando uma metáfora; sai a SECA e entra um Ribeiro. 

(Foto de abertura, jornal Record)


Partilhar