Polémica deixa bombeiros das Taipas sem Comandante nem Direção

Situação no quartel das Taipas (Guimarães) vem-se arrastando há algum tempo, novo comandante já devia ter sido anunciado o ano passado, Bombeiros já pousaram capacetes na parada em protesto com a Direção e agora a Direção demitiu-se.

Na sua edição de ontem o Jornal de Notícias numa peça assinada pelo jornalista Rui Dias conta o ponto desta situação que mantém as relações em chamas naquele quartel.

 A Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Taipas anunciou, na quinta-feira, a sua demissão, após deliberação tomada por unanimidade. 


A decisão surge depois de um protesto do Corpo Ativo da corporação e da renúncia do comandante em exercicio, Paulo Gomes. A corporação espera pela colocação de um comandante, desde maio de 2021.


Os elementos do corpo ativo, descontentes com o que consideram ser falta de diálogo com a Direção, colocaram os capacetes no chão da parada do quartel. Uma das queixas dos operacionais era a alegada recusa do presidente da Direção em reunir-se com eles. Em simultâneo com o protesto, Paulo Gomes, comandante em exercicio, apresentou a sua demissão.


Paulo Gomes ocupava o comando interinamente, depois de terminada a comissão de serviço do 2⁰ comandante, Ernesto Soares, que, por sua vez, ocupava o comando desde a passagem ao quadro de honra do último comandante, Rafael Silva, em 2021. Na sequência destes acontecimentos, a Direção demitiu-se, a três meses do fim do mandato, alegando "falta de respeito" que "gera um profundo, absoluto e irreversivel desgaste". 

Em comunicado, os elementos do órgão demissionário afirmam que não podem trabalhar sob a "ameaça" de passagem à inatividade de dezenas de bombeiros.


Em dezembro de 2021, foi anunciado o nome de Hugo Torrinha, engenheiro do Gabinete Técnico Florestal da Câmara de Guimarães para o comando. Todavia, Manuel Couto, o presidente da direção demissionária, afirma que a "primeira esco lha foi sempre Paulo Gomes que, por motivos pessoais, não aceitou".


Nos últimos dias, porém, a direção fez um novo convite ao comandante em exercício que este aceitou para voltar a recusar, dois dias depois. O segundo convite a Paulo Gomes surgiu quando se soube que Hugo Torrinha reprovou nos exames do curso que estava a frequentar, na Escola de Bombeiros, para assumir o lugar." - publicou ontem o JN num artigo do jornalista Rui Dias.


Ao JN, Paulo Gomes invocou motivos de saúde que não permitem aceitar a proposta.

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