Por que se enfeitam nesta noite as portas das casas com giestas amarelas

 


Certamente já viu esta noite portas com giestas. A tradição aponta para a noite de passagem do último dia de abril para o primeiro de maio (feriado nacional).

Diz o blogruralmag que "O dia 1 de maio não é apenas o Dia do Trabalhador. Esta data também é conhecida em Portugal como o Dia das Maias, uma vez que, um pouco por todo o país, principalmente no meio rural, existe a tradição de enfeitar as janelas e as portas com giestas amarelas na noite de 30 de abril para o dia 1 de maio.


Esta é uma tradição muito antiga, ligada à primavera e aos rituais da agricultura. Acredita-se que os nossos antepassados também cumpriam esta tradição como uma forma de assinalar o fim do inverno, para pedir proteção e fertilidade para a terra e para afastar os maus espíritos.


As casas são enfeitadas de noite com giestas amarelas e outras flores e, em alguns lugares, também com bonecas de palha. Há quem chame esta tradição de “as maias”, “os maios” ou “a flor do maio” e é diferente consoante as regiões do país. Usam-se giestas porque são flores muito abundantes nesta altura do ano e como são amarelas representam a luz e a vida.


Qual a origem desta tradição?

Há várias explicações para a origem desta tradição tão antiga. Uma dessas explicações remete-nos para uma festa pagã que foi várias vezes proibida em Portugal, inclusive por carta régia em 1402. A Maia era uma boneca de palha de centeio, em torno da qual as pessoas dançavam na noite de 30 de abril para 1 de maio.

Outra das explicações leva-nos até ao Império Romano, onde Maia era a deusa romana da fecundidade, da projeção da energia vital e da primavera. Esta tradição surge associada a uma festa muito importante para os Romanos, que era a Floralia, realizada nos primeiros três dias de maio em honra da deusa Flora e da primavera. Era uma festa que celebrava a fertilidade e onde se pedia que a terra desse bons frutos no novo ano agrícola.


No Alto Minho, associa-se esta tradição à fuga de Jesus para o Egipto. De acordo com a lenda, o rei Herodes descobriu que José, Maria e Jesus recém-nascido estavam a pernoitar numa pequena aldeia, na sua fuga para o Egipto. Assim, ordenou que quando alguém descobrisse em que casa estava o menino Jesus pendurasse um ramo de giestas na porta, para os soldados saberem onde se deviam dirigir.


Contudo, quando os soldados chegaram ao local encontraram todas as portas enfeitadas com ramos de giesta florida e não conseguiram encontrar o menino Jesus. Noutras terras, conta-se que Maria, quando ia a caminho do Egipto, foi colocando giestas no caminho para saber fazer depois o caminho de regresso.


Esta tradição é celebrada de maneiras diferentes de Norte a Sul do País. No Minho comemora-se da forma mais clássica, com giestas floridas nas portas e janelas. As pessoas acreditam também que o cheiro das giestas ajuda a afastar o “mau olhado”.

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